A posição consta de uma declaração conjunta subscrita pelos líderes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), da Convergência Ampla e Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), do Partido de Renovação Social (PRS) e da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).
Na declaração, lida pelo líder da FNLA, Lucas Ngonda, as quatro formações políticas referem que a luta que se propõem levar avante será feita dentro e fora das instituições, em articulação com a sociedade civil, numa mobilização geral do povo.
O grupo salienta que, recusada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) a sua proposta de diálogo, por via da Comissão de Bons Ofícios da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), protesta veementemente contra o golpe eleitoral, referindo-se às eleições gerais de 23 de Agosto.
Esses partidos propõem-se também a adoptar uma atitude "intransigente" sobre tudo o que sejam violações à Constituição e à lei, e suscitar o surgimento de um amplo movimento social, para a reforma dos sistemas, processos e procedimentos que concorrem para a organização e condução de eleições, no sentido de "criar-se de facto um ambiente capaz de dar garantias futuras de eleições isentas, imparciais e com ética".
As forças políticas na oposição escolheram o parlamento como palco para a sua "luta democrática contra a corrupção, má gestão, desperdício, agravamento da pobreza, tirania institucionalizada contra as liberdades e a exclusão social, além da despartidarização da comunicação social e do Estado e pela realização de eleições autárquicas num prazo de tempo razoável".
No documento, os partidos convidam as forças activas da sociedade a uma concertação permanente, para "acções futuras combinadas de mobilização para afirmação da cidadania e do desenvolvimento democrático, à luz da Constituição e da Lei".
Na próxima Quinta-feira está marcada a cerimónia de tomada de posse dos deputados eleitos à Assembleia Nacional, antecedida da cerimónia de investidura do Presidente eleito, do partido MPLA, João Manuel Gonçalves Lourenço, na Terça-feira.