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Número de angolanos analfabetos caiu mais de 68 por cento desde 1975

O índice de analfabetismo no país caiu mais de 68 por cento em 40 anos de independência nacional, de acordo com números divulgados esta terça-feira, em Luanda, pelo ministro da Educação, Pinda Simão.

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A posição foi transmitida pelo governante durante a comemoração nacional do Dia Internacional da Alfabetização, tendo acrescentado que só na primeira fase da campanha de 2015 aprenderam a ler e a escrever mais de 432 mil angolanos.

"A alfabetização constitui uma das chaves necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, sendo um factor determinante da mudança e um instrumento prático de empoderamento do que respeita às vertentes principais do desenvolvimento sustentável: o desenvolvimento económico, o desenvolvimento social e a protecção do ambiente", afirmou Pinda Simão.

O ministro da Educação de Angola recordou que 85 por cento da população nacional não sabia ler nem escrever em 1975, ano em que o país se tornou independente de Portugal. Essa taxa atingiu em 2014 os 27 por cento, disse ainda. "A educação é por isso um direito fundamental e um instrumento-chave para a mudar as atitudes, comportamentos e estilos de vida", assumiu Pinda Simão.

Segundo dados revelados em Junho passado pelo Director Nacional para a Educação de Adultos, Makulo Valentim, nos últimos três anos foram alfabetizados 2.695.158 angolanos, 70 por cento dos quais mulheres.

Este número representa mais de 10 por cento da população nacional, contabilizada em 2014 em 24,3 milhões de pessoas.

Angola tem em curso desde 2012 um plano estratégico para a revitalização da alfabetização, tendo o Ministério da Educação lançado, na sequência, a Campanha Nacional da Alfabetização, que permitiu passar de 7.644 técnicos alfabetizadores para 19.418.

Já segundo o relatório social de 2014 da Universidade Católica de Angola, as mulheres são, ainda, as que em menor número fazem parte das turmas de alfabetização em todo o país. "Nas áreas rurais, onde sobretudo razões culturais estão na base dessa ausência, em função da predominância da ordem patriarcal, apenas 37,3 por cento das mulheres entre os 20 e os 40 anos sabem ler e escrever, contra mais de 80 por cento das áreas urbanas", aponta o documento, a que a Lusa teve acesso.

O relatório conclui pela "prevalência do analfabetismo nas áreas rurais e nas províncias do interior", em comparação com as cidades e as regiões do litoral.

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