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Tensão entre polícia e apoiantes da UNITA nos mercados de Luanda

Três dezenas de elementos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) foram esta Quinta-feira chamados ao maior mercado de Luanda para dispersar multidões, alegadamente instigadas por elementos do maior partido da oposição.

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Um dia depois das eleições gerais e horas depois de a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) ter anunciado que os resultados preliminares dão a vitória ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o maior partido da oposição ter anunciado números diametralmente diferentes, a tensão nos mercados das zonas periféricas é evidente, admitiu o administrador do Mercado dos 30.

"Os da UNITA vieram cá armar confusão e tivemos de chamar a polícia", disse o administrador, António Domingos, à agência Lusa.

O administrador do maior mercado salientou que os alegados apoiantes da União para a Independência Total de Angola (UNITA) "vieram armar confusão" e "assustar as pessoas".

"Isto é uma democracia, mas a UNITA tem de esperar por ter os seus políticos empossados", explicou António Domingos, em declarações à Lusa, ladeado por elementos das forças policiais.

"Foram os da UNITA que vieram cá", disse à Lusa um dos vendedores, que não quis identificar-se. E logo de seguida, outros dois jovens interromperam e insistiram: "Estamos todos a lutar pela democracia, pela mudança".

A "mudança" é uma das palavras de ordem da UNITA, o partido liderado por Adalberto Costa Júnior que tenta retirar o poder ao MPLA, liderado por João Lourenço, actual Presidente, que concorre a um novo mandato.

A poucos metros, do outro lado da rua de terra batida do mercado, centenas de pessoas foram afastadas pela PIR que intimou quem estava nas casas a ficar no seu interior, recorrendo a gritos e ordens para recuar, fazendo barulho com os bastões a embater em objectos de chapa no caminho.

Segundo o administrador, há registo de incidentes semelhantes noutros mercados da cidade.

No município de Viana, uma das praças-fortes da UNITA na capital e onde o partido tem a sua sede, é visível o aparato policial junto aos locais de maior aglomeração de pessoas, como são os casos dos mercados.

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