Orlando Fernandes, que falava na Assembleia Nacional, na sessão que aprovou, na generalidade a proposta de lei que altera a Lei n.º 06/15, de 8 de Maio, da simplificação do Registo de Nascimento, disse que a previsão inicial era de 5000 antropónimos, mas a lista chegou aos 9089 nomes.
Segundo o governante, o estudo está a ser conduzido por dois antropólogos angolanos, Lupene de Almeida e Alcides Correia.
O secretário de Estado, que respondia às inquietações levantadas por deputados sobre esta matéria, frisou que depois da consulta pública nas comunidades, para se perceber "como é que as coisas ficam em termos de sentido, de alcance de cada um dos nomes", a lista onomástica será submetida à Assembleia Nacional, tendo em vista a alteração da Lei n.º 10/85, de 19 de Outubro, sobre a composição dos nomes.
A lei em vigor determina entre outros aspectos que os nomes próprios, ou pelo menos um deles, seja em língua nacional ou em língua portuguesa.
Na sua intervenção, o deputado da Frente Nacional de Libertação Nacional de Angola (FNLA), Lucas Ngonda, salientou "a complicação" que os cidadãos angolanos enfrentam na altura do registo dos seus filhos.
"A primeira complicação surge no nome que deve ser dado ao seu recém-nascido, as listas onomásticas existentes nas conservatórias não correspondem ao leque de nomes dos cidadãos angolanos de origem", referiu o deputado, sublinhando que "o nome é a primeira forma de identidade que confirma a existência da pessoa no processo da sua integração na sociedade humana".
Lucas Ngonda defendeu a realização de estudos de todas as regiões representativas do país para a elaboração de listas onomásticas, "que possam corresponder à verdadeira identidade dos angolanos no concerto de todos os grupos etnolinguísticos do país".
O estudo tem como objectivo proceder à catalogação da lista onomástica em línguas nacionais, no que se refere à origem, evolução e variação dos nomes em função de cada região do país, bem como ajudar os pais na escolha de nomes para a identidade dos filhos.
Em 2017, Alcides Correia, citado pela Angop, avançou que depois da catalogação, os nomes serão registados nas conservatórias, para evitar a escolha de nomes que não se coadunam à realidade cultural angolana.