Hélder Silva foi detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) e apresentado ao Ministério Público, depois de ser emitida uma reportagem pela estação televisiva SIC que denunciava a suposta existência de 200 crianças abandonadas e com problemas de saúde, num barracão nos arredores de Luanda, numa zona conhecida como Baixa de Kassange.
No entanto, o caso foi exposto mais tarde como uma tentativa de fraude através de uma igreja evangélica, situada em Olhão (Portugal) por duas activistas da sociedade civil angolana, que acompanharam Hélder Silva a bairros da periferia de Luanda, onde foram resgatados quatro menores a precisar de cuidados de saúde.
O jovem afirmou, entretanto, ter encenado a história a partir de filmagens de crianças que se encontravam em vários locais.
Segundo a PGR, Hélder Silva foi ouvido em auto de interrogatório e constituído arguido, tendo-lhe sido aplicada como medida de coacção a prisão preventiva.
Embora o processo esteja ainda "numa fase embrionária", a PGR admite recorrer aos acordos de cooperação judiciária em matéria penal com Portugal, no âmbito da CPLP, ou outros protocolos com a congénere portuguesa.
Hélder Silva falou à Televisão Pública de Angola no dia 4 de Agosto onde assumiu ter mentido e declarou-se arrependido, pedindo "sinceras desculpa à sociedade e a todos os que se sentiram lesados e feridos" pelo que aconteceu.