Nas suas redes sociais, o escritor tem dado a conhecer o cunho da livraria aos poucos. Autores nacionais, de Timor Liste, de Cabo Verde, Portugal e outros PALOP preencherão as estantes. Mas não faltará espaço para nomes bem conhecidos da literatura internacional como Luis Sepúlveda, Franz Kafka ou Ernest Hemingway.
Com morada em Luanda, no bairro do Alvalade, e inauguração prevista já para este mês, a Kiela será o “ponto de partida” de um projecto ainda mais extenso do escritor: a criação de uma editora, que se chamará Kacimbo e está ainda na forja.
Sobre a livraria — da qual é um dos sócios — Ondjaki adiantou que estão a ser finalizados os “detalhes técnicos” e que serão cumpridas todas as regras de biossegurança no espaço. Ao Novo Jornal, o autor avançou ainda que a Kiela abrirá portas com cerca de 500 títulos.
“Queremos praticar uma grande diversidade no que toca aos conteúdos e ser uma livraria que trabalha com autores africanos”, explicou o escritor à mesma publicação. Traduções, prosa, poesia e livros infanto-juvenis estarão disponíveis.
Para além da vertente editorial, Ondjaki referiu ainda que “a Kiela quer fazer uma verdadeira festa da palavra, não só com livros, mas também com actividades dirigidas a crianças e adultos”.
Questionado pelo Novo Jornal sobre a situação económica do país e os riscos de explorar um novo negócio neste contexto, o autor mostrou-se confiante, dizendo que o pretendido é “desafiar a sociedade angolana a mudar a relação que tem com os livros e com o preço dos livros”.
Para Ondjaki, “não se trata apenas do retorno, mas, sim, de uma nova atitude para com os livros e a leitura”. Referiu ainda que considera esta a hora de se “pensar a sério” sobre as taxas cobradas na importação de livros.
