A multinacional retalhista, que entrou no mercado nigeriano em 2005, disse que os resultados financeiros reportados não reflectem as operações na Nigéria, uma vez que será classificada como "operação descontinuada".
O grupo indicou que "os supermercados 'não-RSA' [República da África do Sul] (excluindo a Nigéria), que contribuem com 11,6 por cento para as vendas do grupo, registaram um declínio nas vendas de 1,4 por cento no ano", segundo a informação ao mercado relativa ao período de 52 semanas até 28 de Junho, a que a Lusa teve acesso.
"O crescimento constante de 6,3 por cento nas vendas a dinheiro no segundo semestre teve um impacto significativo das restrições de confinamento em todos os 14 países africanos onde operamos", adiantou o grupo.
O Shoprite referiu que as restrições de confinamento referentes ao encerramento de lojas, distanciamento social, restrições de transporte, movimento de pessoas, horário de retalho, limitações na força de trabalho e no comércio de álcool "tiveram impacto em várias regiões em graus diferentes e em momentos diferentes".
Analistas de mercado sul-africanos acreditam que as operações do grupo em países africanos lusófonos, nomeadamente em Angola, poderão também vir a ser descontinuadas para reforçar os negócios do grupo na África do Sul.
Todavia, questionado pela Lusa nesse sentido, o grupo sul-africano, com sede na Cidade do Cabo, escusou-se a comentar o futuro das operações comerciais em Angola e Moçambique, tendo em conta os resultados financeiros globais em análise.
"Estamos em período encerrado e, portanto, não estamos em posição de comentar, além de remeter para as informações divulgadas publicamente na Actualização Operacional do Grupo Shoprite, ontem, 3 de Agosto de 2020", disse à Lusa o grupo de retalho sul-africano.
Na África do Sul, o Grupo reportou um crescimento anual de 8,7 por cento (incluindo bebidas alcoólicas) sustentado por um "forte segundo semestre" em que as vendas cresceram 7,5 por cento.
"Como resultado do confinamento, as visitas de clientes decresceram 7,4 por cento no ano, no entanto, o gasto médio em compras aumentou 18,4 por cento", referiu o grupo de retalho sul-africano, indicando ainda um crescimento de volume anual de 2,3 por cento.
