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Governo continua com renegociação para retomar construção do novo aeroporto internacional de Luanda

O Governo continua a renegociar os termos para retomar a construção do novo aeroporto internacional de Luanda, cujas obras arrancaram em 2004.

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A informação foi avançada pelo ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, a uma delegação de deputados da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia Nacional que realizou uma visita àquela infra-estrutura em construção na zona do Bom Jesus, no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda.

No diálogo com os deputados, Ricardo de Abreu informou que o projecto está num processo de transição, referindo-se à passagem do projecto da empresa CIF - Angola, antiga gestora do mesmo, para o Estado.

"Este projecto andou um pouco fechado da sociedade. Alguma parte da sociedade que deveria ter uma intervenção bastante directa do ponto de vista das especialidades técnicas, foi excluída desse projecto", disse o ministro.

Ricardo de Abreu sublinhou que a nova fase "permite, de facto, uma maior abertura, visibilidade e comunicação sobre este projecto estratégico".

"Não é todos os dias que um país, um Governo, se arrisca a tomar uma decisão desta natureza. (…) O sector da aviação civil tem um peso relevante no produto interno bruto das economias, no nosso caso ainda é baixo. Podemos fazer crescer e um dos mecanismos para o fazer é ter uma infra-estrutura desta natureza", frisou o governante.

Segundo o ministro, este projecto não pode envergonhar o país, mas, sim, constituir um orgulho.

"E, sem dúvida nenhuma, que estamos a alterar algumas das formas como o projecto vinha sendo trabalhado e comunicado com a sociedade” para se poder “ter também a contribuição voluntária ou por contratação de especialistas nacionais", disse.

Em declarações à imprensa, o deputado do grupo parlamentar da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) Diamantino Mussocola afirmou que foram informados de que as obras estão neste momento paralisadas.

"Tivemos algumas explicações da troca de empresas. Estão agora nas negociações e esperamos que essas negociações terminem o mais rápido possível para retomarem as obras, que a primeira fase ligada só ao aeroporto esteja a conhecer o seu fim lá para os anos de 2022/2023. Avançam mais ou menos seis meses o possível período de negociações e, então, retomarem as obras", informou.

Diamantino Mussocola adiantou que, relativamente aos custos da obra, foi anunciado que está orçada em 1,4 mil milhões de dólares e a sua execução em 51 por cento, tendo sido já pago 15 por cento do valor.

"Na primeira fase, os dinheiros saíram do tesouro nacional, mas com a mudança de empresa está o Governo chinês a apoiar Angola para essa empreitada", realçou.

Por sua vez, o deputado da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE) Manuel Fernandes manifestou satisfação pela visita ao espaço, há vários anos pedida por aquele grupo parlamentar.

"No passado, houve aqui praticamente uma máfia, porque isso era a oportunidade para muitos poderem sobre-facturar preços e poder enriquecer-se ilicitamente. Informaram-nos que o empreiteiro anterior nem sequer era uma entidade pública da China, era uma entidade privada, associada a empresários também angolanos, que é o tal CIF", avançou.

A preocupação prende-se com a falta de uma data para o reinício das obras que, quando terminarem, vão trazer uma mais-valia para o país, considerou Manuel Fernandes.

"Não se fala apenas de um aeroporto, mas de uma cidade aeroportuária com várias infra-estruturas. Estamos satisfeitos por aquilo que vimos, mas fazemos fé para que o executivo consiga concluir a negociação da empreitada para dar arranque e concluir num período não muito distante, porque precisamos de captar receitas", acrescentou.

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