De acordo com a Bloomberg, a exportação de crude angolano atingirá no próximo mês de Outubro o seu maior índice em quatro anos, um crescimento que reflecte a necessidade de aumento das receitas obtidas por Angola prejudicadas pela baixa do preço do petróleo.
Já em Setembro, estima-se que as exportações cheguem aos 1,77 milhões de barris por dia.
Segundo a agência financeira norte-americana, o crescimento das exportações deve-se em grande parte ao aumento da produção do complexo Dalia. Em destaque está o Bloco 17 do Dalia, explorado pela Total, que em Julho aumentou a produção em 20 mil barris por dia.
Receitas fiscais caem para 1,1 mil milhões de dólares em Julho
Apesar das previsões apontarem para um aumento das exportações, para já os dados do Ministério das Finanças dão conta de uma descida de 40 por cento das receitas fiscais provenientes da exportação de petróleo no mês de Julho quando comparado com o mesmo período de 2014. Ou seja, as mesmas caíram para cerca de 1,1 milhões de dólares, avança a agência Lusa.
Em causa está a crise da cotação internacional do barril de crude que se faz sentir desde o final de 2014, cuja quebra agravou as contas angolanas, o segundo maior exportador da África subsaariana, mas que até aumentou em cerca de quatro milhões de barris o total de produção em Julho, em termos homólogos.
No mês passado entraram nos cofres do Estado angolano 150.268 milhões de kwanzas de receitas fiscais provenientes da exportação de 54,1 milhões de barris petróleo bruto a partir de 12 áreas de produção nacionais.
No mesmo mês de 2014, a exportação angolana foi de 50,2 milhões de barris de crude, tendo rendido 242.281 milhões de kwanzas.
Julho representa ainda uma ligeira quebra nas receitas face ao mês de Junho anterior, que tinha atingido o melhor registo do ano, então com 152.285 milhões de kwanzas.
O preço médio de cada barril exportado por Angola entre Janeiro e Junho cifrou-se em 54,92 dólares, quando há um ano era de 106,98 dólares. Já no mês de Julho esse valor médio subiu para 59,47 dólares.
Na origem destes dados estão números sobre a receita arrecadada com o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP), Imposto sobre a Produção de Petróleo (IPP), Imposto sobre a Transacção de Petróleo (ITP) e receitas da concessionária nacional.
Os dados constantes neste relatório do Ministério das Finanças resultam das declarações fiscais submetidas à Direcção Nacional de Impostos pelas companhias petrolíferas, incluindo a concessionária nacional angolana, a empresa pública Sonangol.
O petróleo garantiu em 2014 cerca de 70 por cento das receitas fiscaiS, mas este ano não deverá ultrapassar os 36,5 por cento, de acordo com as projecções governamentais, devido à quebra na cotação do barril de crude.
