A não classificação das águas quanto ao seu uso, acaba comprometendo a qualidade e quantidade dos reservatórios naturais de águas (nascentes, mananciais) e a escassez dos recursos hídricos no país, leva as pessoas a explorarem as fontes hídricas de forma desenfreada, dessa forma comprometem as fontes de águas subterrâneas e o abastecimento de água potável para a população angolana.
Reuso de água pode ser compreendido como o aproveitamento de águas utilizadas, uma ou mais vezes, em alguma atividade humana para suprir as necessidades, é uma técnica praticada pelos os gregos com intuito de suprir os problemas relacionados à escassez de água para a irrigação das culturas agrícolas, tanto como para melhorar os aspectos relacionados ao saneamento básico.
Nos dias atuais vários são os estudos realizados por estudantes, pesquisadores e profissionais de diversas áreas do saber sobre técnicas de tratamento de águas provenientes das atividades doméstica, comercial, industrial e da agropecuária, para que posteriormente possam ser usadas na agricultura, assim como em outras atividades que carecem de quantidade elevada de água.
A cada dia que passa se regista o aumento da população angolana e com isso aumenta a demanda de água para a realização das suas tarefas, assim como o desperdício do líquido precioso de forma incorreta, uma vez que o país não possui estruturas para o aproveitamento dessas águas, acabam escoando para outros corpos de águas (mares e rios). O tratamento de água consiste na remoção de impurezas das águas residuais, ou esgoto, antes que alcancem os corpos d'água naturais.
A implementação de estações de tratamento de esgotos em pontos estratégicos nas cidades do país seria uma alternativa eficaz para o tratamento dessas águas, sendo que as Estações de Tratamento de Esgotos (ETES) seria o destino ideal e em seguida dar-se-ia o devido tratamento. Após o processo de tratamento das águas incluindo as análises em laboratórios que são indispensáveis para se obter informações necessárias sobre os parâmetros químico, físicos e microbiológicos, de modo a saber se as condições se encontram de acordo com normas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois que essas águas apresentam níveis elevados de metais pesados.
De acordo com Barros et al (2015), às informações sobre a qualidade da água são importantes para que se conheça a situação em relação aos seus usos múltiplos e impactos ambientais.
Existem vários tipos de tratamentos de águas residuárias, mas de acordo com as condições climáticas que o país apresenta com altas temperaturas seria recomendável usar o tratamento biológico que não necessita de grandes estruturas para o tratamento e ainda pode se usar algumas plantas (microalgas) que apresentam resultados satisfatórios quando são usadas para o tratamento de água e não requer gastos econômicos, seria uma opção melhor em relação ao processo de dessalinização da água do mar que requer equipamentos de alta tecnologia, gastos com energia elétrica para o funcionamento dos aparelhos e se os resíduos não forem descartados de forma correta compromete a
fertilidade do solo. Quanto ao tratamento biológico em lagoas de estabilização ou em wetlands (sistema de tratamento de águas residuárias por meio de solo e macrófitas), comumente usados em tratamentos alternativos de águas residuárias para comunidades, esses sistemas funcionam a base da energia solar.
Portanto, o aproveitamento desses recursos contribuiria bastante para a redução dos gastos que os produtores fazem com a compra de insumos químicos, quando usado no processo da fertirrigação e também no aspecto sanitário reduzindo o índice de desenvolvimento e contaminação de doenças causadas por patógenos que têm as valas de drenagem como seu habitat, como é o caso do protozoário Plasmodium (mosquito).
Segundo o jornal Made for Minds (2022), A malária é um dos principais problemas de saúde em Angola e responsável por grande parte das mortes por infecção no país.
