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Trabalhadores da Endiama ameaçam greve para reclamar melhorias salariais e sociais

A comissão sindical da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) concluiu o caderno reivindicativo que pretende entregar esta Sexta-feira à entidade patronal, para reclamar melhorias salariais e sociais, disse à Lusa fonte do sindicato.

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Segundo o primeiro secretário da Comissão Sindical da Endiama, Pedro Muxito, a assembleia geral de trabalhadores reuniu-se, Quarta-feira, para determinar a realização de uma possível greve.

"Nós vamos, talvez Sexta-feira entregar o caderno reivindicativo, segundo a lei sindical, eles têm cinco dias para responderem, se não o fizerem acho que na semana que vem vamos fazer uma vigília, com cartazes, porque eles não foram nomeados para maltratarem os trabalhadores", referiu.

Pedro Muxito disse que as reivindicações se arrastam desde 2017, ano da entrada em função da actual gestão.

O dirigente sindical reconhece que naquele período a situação económica do país conhecia momentos de dificuldades, contudo, o Ministério das Finanças autorizou que as empresas com autonomia financeira, com produção, poderiam acompanhar a flutuação do câmbio existente na altura, sendo a principal reivindicação o incumprimento desta orientação.

O primeiro secretário da Comissão Sindical da diamantífera estatal realçou que essa directiva não chegou a ser cumprida, sob argumento da falta de condições financeiras.

"Nós entendemos que eles tinham que comprar as ações da Odebrecht no Catoca, no valor de mais de 400 milhões de dólares, pediram-nos para esperar – eles compraram as acções sim –, mas ao contrário os directores, chefes de departamento, estavam com o salário ao câmbio do dia, a partir dos técnicos superiores, assessores", acusou.

Pedro Muxito referiu que os trabalhadores exigem o cumprimento desta directiva do Ministério das Finanças, com retroativos, "porque isso é crime".

De acordo com Pedro Muxito, os trabalhadores reclamam dos "salários míseros" que auferem comparativamente a outras empresas do setor, denunciando ainda supostas injustiças que ocorrem na empresa, como a baixa de categoria.

"Nunca vi isso em nenhuma parte do mundo. Fizeram uma tabela para aumentar 20 por cento, mas baixaram as categorias. Não passou muito tempo, aumentaram a contribuição dos trabalhadores para os serviços de saúde (...). Para os trabalhadores descontam, mas para os chefes não", queixou-se.

A comissão sindical reclama a ausência de políticas de recursos humanos e denuncia alegados casos de nepotismo.

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