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Angola quer ser auto-suficiente na produção de grãos. Governo vai investir mais de dois biliões de kwanzas

O Conselho de Ministros aprovou esta Segunda-feira a criação do Programa Nacional de Grãos, que visa reduzir a dependência da importação do milho, arroz, trigo e de soja.

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O programa, aprovado na 7.ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, contempla o Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO). Este plano contém os pressupostos para a implementação de acções para o fomento da produção e aprovisionamento do milho, arroz, trigo e de soja, no período de 2022 a 2027.

Com a implementação deste plano, avaliado em 2.2 biliões de kwanzas, o Executivo vai garantir a autossuficiência e a segurança alimentar, além de gerar emprego, rendimento e a utilização sustentável dos recursos naturais, refere o Governo em comunicado a que o VerAngola teve acesso.

Do valor total do programa, 1.17 biliões de kwanzas serão destinados a investimento público, concretamente para a delimitação e loteamento de terrenos, e 1.1 biliões kwanzas para reforçar o capital financeiro do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), para que possa estar disponível ao sector empresarial privado, e direccioná-lo à produção do milho, arroz, trigo e de soja.

O Executivo elegeu o leste do país para o desenvolvimento, em maior escala, do cultivo destes cereais. "Temos vastas terras e também muitos recursos hídricos e condições agroclimáticas necessárias para o cultivo destes grãos", assegurou o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, adiantando ainda que o Programa Nacional de Grãos visa também o fomento da cadeia de valores da produção animal.

Dados de 2021 indicam que o milho é o produto mais produzido neste momento, com cerca de três milhões de toneladas/ano, seguido de soja e de arroz.

Quanto à importação, o trigo está em primeiro lugar, seguido de arroz e soja. Em termos de consumo, o milho é o grão preferido, seguido pelo trigo e o arroz.

Com objectivo de ver desenvolvida a produção e a produtividade destes cereais, o Governo reservou dois milhões de hectares para esse fim. "Vamos sair de 2.7 toneladas por hectare para aproximadamente 3.4 toneladas. Portanto, isso é fruto do ganho da produtividade. E prevê-se em dois milhões de hectares produzir cerca de seis milhões de toneladas", informou Mário Caetano João.

Actualmente, disse ainda o ministro da Economia e Planeamento, Angola está a produzir em 250 mil hectares, com 613 mil toneladas destes cereais e passará para seis milhões de toneladas.

O Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO) vai permitir ainda o escoamento de grãos a diferentes regiões económicas do continente africano, com destaque para a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

"Como oportunidade, foi vista a integração de Angola em várias regiões económicas, como por exemplo na SADC e na CEEAC, mercados com mais de duzentos milhões de habitantes", disse Mário Caetano João.

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