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Luandenses querem alargamento dos testes de despiste por “temerem o pior”

O aumento diário de casos da covid-19 em Luanda preocupa os cidadãos da capital que, "temendo pelo agravar da situação", defenderam esta Sexta-feira o alargamento dos testes de despiste e responsabilização pelo uso indevido da máscara.

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Para os cidadãos na capital, foco da pandemia, a realização de testes serológicos em áreas de grande concentração populacional vai contribuir para o "melhor controlo e combate" da covid-19 no país.

A campanha de testes de despiste da covid-19 prossegue em Luanda e esta Sexta-feira centenas de populares do bairro Mártires de Kinfangondo, centro da cidade, acorreram à rua 15 para saberem o seu estado serológico.

Enchentes e filas enormes não foram empecilho para aqueles cidadãos que se dizem preocupados com o aumento do número de casos no país.

Após realizar o teste, Receado Francisco, 59 anos, disse à Lusa que o momento "é de precaução redobrada" porque senão o país ficará devastado "quer na economia, quer a nível social e familiar".

O incumprimento no uso regular da máscara na via pública foi também sublinhado pelo morador do Mártires do Kifangondo, afirmando que a multa, agora instituída pelas autoridades, poderá travar o "desleixo de muitos".

Com o resultado negativo em mãos, João Manuel Lourenço valorizou a iniciativa das autoridades, afirmando ser uma mais-valia para o país e que deve ser replicada para o melhor controlo das pessoas.

Segundo o técnico de construção civil, ainda há em várias comunidades de Luanda pessoas que não acreditam na letalidade da covid-19, justificando ser esta a "teimosia" que contribui para que muitas pessoas circulem sem máscaras de protecção.

"Essa medida da obrigatoriedade do uso da máscara é bem-vinda, ao menos o pessoal ganha mais consciência com o que faz e também é responsabilizado", notou.

Angola, que vive desde 26 de Maio situação de calamidade pública, conta com 458 casos positivos da covid-19, sendo 319 activos, 117 recuperados e 23 óbitos.

O uso de máscaras na via pública é obrigatório, desde Quinta-feira, na capital e no município do Cazengo, província do Cuanza Norte, estando previstas multas de 5000 kwanzas a 10.000 kwanzas para quem violar as regras.

As autoridades propõem-se em realizar 6000 testes serológicos nos mercados e áreas de grandes aglomerados populacionais, um processo que teve início na Quarta-feira.

Conceição Catenda, 60 anos, que esta Sexta-feira testou negativo para a covid-19, defendeu a "extensão dos testes em toda a província de Luanda", manifestando preocupação com o evoluir da pandemia em Luanda.

"O aumento diário de casos no país é preocupante e o nosso Governo tem que ver isso e fazer mesmo testes nas comunidades", exortou.

Para a funcionária pública, diante do percurso ascendente de casos positivos no país, sobretudo em Luanda, usar a máscara "é indispensável", pelo que, frisou, a polícia "deve multar e responsabilizar os incumpridores".

A necessidade da multa para "disciplinar" o uso indevido da máscara na via pública foi também reiterada por Neide Oliveira que disse ter "muitos receios" por ser uma doença de "rápido contágio".

Por sua vez, o director municipal da Saúde de Luanda, Manuel Eduardo Varela, afirmou que a meta é realizar mil testes naquela circunscrição para se aferir o grau de exposição da zona, onde circulam muitas pessoas.

"Com o aumento de casos e com a iminência de surgimento de contaminação comunitária, faz todo o sentido que todas as pessoas usem a máscara como um factor de protecção, além de outras medidas", notou, em declarações à Lusa.

A pandemia de covid-19 já provocou 555 mil mortos e infectou mais de 12,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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