"O desenvolvimento de zonas francas, através de benefícios fiscais e incentivos, para além de regulamentos específicos sobre finanças e questões laborais, tem o potencial de encorajar o investimento externo e sustentar o crescimento, mas a diversificação continua a enfrentar muitas barreiras", escrevem os analistas num comentário à legislação aprovada no início de Junho sobre estas zonas de actividade económica com condições especiais.
"No entanto, aumentos substanciais no crescimento económico e uma expansão da economia não petrolífera vai precisar de mais esforços para atacar a corrupção, a fraca regulamentação e o afastamento dos investimentos do sector privado devido à presença do Estado", acrescentam os economistas da unidade de análise da revista britânica The Economist.
No comentário, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, lê-se que "estas zonas poderiam levar a uma redução das importações e a um aumento das exportações através do crescimento acelerado da produção interna e das indústrias locais", mas devido à pandemia de covid-19 estes esforços foram redobrados para compensar o abrandamento económico.
"Prevemos que o PIB real de Angola caia 4,1 por cento em 2020 num contexto de redução da actividade económica nos sectores petrolíferos e não petrolíferos", dizem os analistas, estimando que Angola só regresse ao crescimento positivo em 2022.
"A redução das receitas limita a capacidade do Governo para aumentar a despesa pública e oferecer redes de segurança social para proteger os rendimentos durante o confinamento do país, e as condições de crédito apertadas vão limitar o investimento", alertam.