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Angola quer relançar exportação de ferro suspensa desde 1975

O Governo prevê iniciar a produção de concentrado de ferro a partir dos depósitos de Kassinga, no sul, dentro de dois anos, sendo esta a primeira fase de um projecto para relançar a extracção deste minério no país.

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De acordo com o programa de reestruturação do Projecto Mineiro-Siderúrgico de Kassinga (PMSK), aprovado por decreto presidencial de 13 de Junho e ao qual a Lusa teve acesso esta Sexta-feira, trata-se de uma área alvo de trabalhos de prospecção nos últimos anos, agora parcialmente concluídos.

Situa-se a 350 quilómetros do Lubango, província da Huíla, de onde, desde 1967, foram exportadas 40 milhões de toneladas de minério de ferro para a Europa, América e Ásia, até à suspensão das operações, em 1975, no fim do período colonial português.

A primeira fase deste projecto, tido pelo Governo como estrutural para o sector mineiro nacional, prevê um investimento de 120 milhões de dólares (108 milhões de euros) e tem como objectivo "relançar a extracção e beneficiamento de minério de ferro" nos depósitos secundários das áreas de Kassinga Norte (Jamba) e Kassinga Sul (Tchamulete), "com reservas, provadas e prováveis, atingem as 35,29 megatoneladas".

"A meta é atingir uma produção de 1,8 Mtpa [milhões de toneladas por ano] de concentrado, para exportação", refere o programa de reestruturação do PMSK, que será negociado pela concessionária estatal do sector mineiro angolano, a empresa Ferrangol, e implementado "em associação com parceiros estratégicos, técnica e financeiramente bem capacitados".

No prazo de três a cinco anos prevê-se o arranque da produção anual de 10 milhões de toneladas de 'pellets' (ferro comprimido e moldado) a partir do depósito primário de Cateruca (2.ª fase), e entre quatro a seis anos o início da produção anual de mais 10 milhões de toneladas de 'pellets' no depósito primário de Tchamutete (3.ª fase).

Está ainda previsto, ao abrigo do PMSK, o "desenvolvimento de actividades siderúrgicas com vista à instalação de uma fileira industrial com base no minério de ferro nacional".

O transporte do minério extraído será garantido através do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) até ao litoral, e depois por via marítima, o que obrigará a um investimento suplementar na linha férrea, no valor de 35 milhões de dólares, e nas infra-estruturas marítimas, avaliado em 45 milhões de dólares.

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