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Deputada fala em “interesses escusos” na origem das suspeitas sobre licenciatura de líder da UNITA

A deputada da UNITA Mihaela Webba apontou à existência de “interesses escusos” para justificar as suspeitas em torno da licenciatura do líder do partido, Adalberto da Costa Júnior, que está a ser alvo de “tentativa de linchamento”.

: DW/P. Borralho Ndomba
DW/P. Borralho Ndomba  

Segundo a revista portuguesa Sábado, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) que se apresenta como licenciado em Engenharia Eletrotécnica, curso que terá feito no Porto, não concluiu afinal a formação.

As duas instituições do ensino superior questionadas pela Sábado desmentiram a atribuição de uma licenciatura a Adalberto da Costa Júnior: o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) negou que o dirigente tenha obtido ograu de licenciado e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto disse à revista que não tinha qualquer registo referente à inscrição do líder da UNITA.

O caso foi primeiro trazido a público em 2019 pelo jornalista Carlos Alberto do portal angolano 'A Denúncia', que acusou Adalberto da Costa Júnior de mentir sobre a sua formação e desafiou o político a apresentar publicamente o certificado de habilitações.

"Não acredito que essa informação seja verdadeira", disse Mihaela Webba, questionada pela Lusa, à margem de uma conferência sobre 'Processos de democratização e Desenvolvimento em Angola'.

Para a deputada e jurista está em causa "uma tentativa de linchamento" do presidente da UNITA.

"Como não se conseguiu por via do Tribunal Constitucional [TC] vai-se tentar agora por outras vias e já se iniciou [esse processo]", continuou a deputada, aludindo aos processos contra a UNITA que foram alvo de apreciação pelo TC, que chegou a anular o primeiro congresso onde Adalberto da Costa Júnior foi eleito, em 2019.

Sobre se a apresentação de uma falsa licenciatura pode dar lugar à suspensão do mandato do deputado e se a UNITA iria averiguar a situação internamente, disse que o caso já tinha sido aventado anteriormente e afirmou: "Não tenho certeza se a universidade efectivamente desmentiu".

"Sabemos de quem é a titularidade da revista Sábado e, portanto, os donos da revista Sábado terão outros interesses escusos para fazer a matéria que fizeram", sugeriu.

"Não conheço o processo, não sei como decorreu, só posso dizer que não acredito naquilo que a Sábado escreveu, não posso acreditar em tudo o que vejo em jornais, sobretudo jornais cujos donos são de titularidade duvidosa", reforçou, complementando: "Para se ser Presidente da República não é preciso ter licenciatura".

A UNITA mantém o silêncio sobre as alegações, embora a Lusa já tenha pedido uma reação do partido ao caso.

A Lusa enviou também uma série de perguntas ao líder da UNITA, incluindo o período em que frequentou o ISEP, a data de conclusão e média final da licenciatura e se iria divulgar uma cópia do diploma, sem resposta até ao momento.

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