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Oxford Economics antecipa taxa de juro nos 19 por cento e descida da inflação

A consultora Oxford Economics considerou que o banco central de Angola deverá fugir à tendência geral e cortar a taxa de juro, de 20 para 19 por cento, prevendo uma descida da inflação para 14,9 por cento em Dezembro.

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"Em forte contraste com o resto do mundo, esperamos que o banco central angolano vá cortar a taxa de juro directora em 2022, já que a inflação continua a abrandar face aos actuais níveis elevados", lê-se num comentário à decisão do Banco Nacional de Angola (BNA) de manter a taxa de juro nos 20 por cento, na última reunião.

De acordo com o comentário, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, estes analistas consideram que "a taxa de juro será cortada em 100 pontos base para 19 por cento no segundo semestre, para manter as taxas reais ligeiramente positivas, como é recomendado pelo Fundo Monetário Internacional".

A moeda nacional, o kwanza, tem registado uma apreciação nas últimas semanas e meses, valendo agora 430 kwanzas por dólar, no seguimento dos elevados preços dos combustíveis, o que ajuda a aliviar a subida da inflação no país, que é muito dependente das importações.

"O recente abrandamento no crescimento dos agregados monetários e creditícios deverá sustentar ainda mais uma moderação na inflação", sublinham os analistas, lembrando as reduções nas taxas de IVA em produtos básicos como ovos, pão, água mineral e sabão, entre outros, e a suspensão das taxas alfandegárias para vários produtos alimentares de primeira necessidade.

A previsão da Oxford Economics surge depois de o BNA ter considerado que a taxa de câmbio do kwanza atingiu o ponto de equilíbrio e de ter dito que não antevia mudanças na política monetária.

Falando em conferência de imprensa, na Huíla, após a reunião do Comité de Política Monetária, a 31 de Maio, o governador do BNA incentivou também os operadores económicos, sobretudo os que dependem de importações, a optar pelos câmbios a prazo.

José de Lima Massano disse que o kwanza valorizou 36 por cento até Abril face ao dólar, desde o início do ano, e apesar de ter registado em Maio "uma certa pressão" nada aponta para uma variação excessiva da moeda no sentido da depreciação.

Também a oferta de moeda não abrandou, já que em Maio foi superior a mil milhões de dólares, continuou, admitindo que possa ter havido "um momento de acerto", sendo provável que a estabilidade seja mantida.
"Aliás, nos últimos dias, a taxa de câmbio praticamente não se mexeu, teremos aí um indicador do que de positivo estará a acontecer", sublinhou.

Por isso, o BNA vai manter o actual curso de política monetária para manter a estabilidade: "Por essa via, particularmente para os produtos importados temos condição de atenuar os choques externos que estão neste momento a acontecer com uma alta generalizada de preços nas principais economias", realçou o responsável do banco central na conferência de imprensa no final do mês passado.

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