Ver Angola

Ambiente

UNECA: Angola deve apostar nas renováveis e recursos marítimos

O director da divisão de tecnologia, alterações climáticas e gestão de recursos da Comissão Económica da ONU para África (UNECA) defendeu este Domingo que Angola devia apostar nas energias renováveis e na exploração dos recursos marítimos.

:

Em entrevista à Lusa, Jean-Paul Adam reconheceu que "o país é um país produtor de petróleo que beneficia das exportações devido ao preço mais elevado", mas avisou que "internamente a inflação dispara porque o custo da energia aumenta", e daí a necessidade de "fazer uma transição energética que aponte para uma economia mais diversificada, com muitas energias renováveis".

Para o economista, uma transição energética em Angola, que aposte nas renováveis, "vai ajudar a estabilizar os preços de energia a longo prazo, o que é muito importante para o desenvolvimento económico" e, por outro lado, vai atrair investidores devido aos elevados retornos que os investimentos podem gerar nestes sectores 'verdes' e 'azuis' no país.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, atrás da Nigéria, com o crude a representar mais de 90 por cento das exportações e cerca de 30 por cento do PIB, mas tem visto a produção cair nos últimos anos devido à falta de investimento por parte das grandes companhias e, por outro lado, ao amadurecimento dos grandes poços.

"Mesmo que o sector petrolífero continue a desempenhar um papel muito importante na economia, a diversificação do sector energético, para o consumo doméstico é muito importante, e, do ponto de vista dos investidores, consegue-se ter um lucro muito interessante nos investimentos nas renováveis, que são necessários num país como Angola", disse Jean-Paul Adam.

Para além das energias renováveis, o responsável defendeu também que Angola deve aproveitar os recursos naturais marítimos e potenciar a 'economia azul', nomeadamente o sector das pescas, dando preferência aos investimentos a nível nacional.

"Angola tem uma enorme linha costeira, e está numa região com grandes recursos marítimos, mas a maioria é explorada por interesses externos, e o desenvolvimento da capacitação local é uma das áreas onde se deve investir substancialmente para reduzir o impacto ambiental", defendeu o especialista, acrescentando que "a criação de uma estratégia nacional das pescas cria muitos empregos nas comunidades locais e tem um impacto menor do que se a actividade for explorada por empresas pesqueiras internacionais".

Para além disso, continuou, "a riqueza é produzida e mantida no país, e constitui uma oportunidade de construir uma indústria pesqueira no país através de pequenas e médias empresas, porque os benefícios da exploração feita por agentes internacionais são exportados pelas grandes companhias ou países pesqueiros".

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.