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João Lourenço quer mudança radical nos órgãos de defesa e segurança

O Presidente da República orientou o novo ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, a mudar radicalmente os órgãos de defesa e segurança.

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A orientação do Presidente João Lourenço foi dada esta Terça-feira na cerimónia de tomada de posse das entidades recentemente nomeadas.

"Gostaria de fazer votos que tenha sobretudo muita coragem, vontade não apenas de trabalhar, mas sobretudo vontade de mudar radicalmente o estado de coisas, não apenas nas Forças Armadas, mas em todos os órgãos de defesa e segurança", disse João Lourenço, em comunicado a que o VerAngola teve acesso.

O Presidente da República pediu também a Francisco Furtado um controlo rigoroso da efectividade dos agentes dos órgãos de defesa e segurança, a partir da parada no quartel.

"Tal como no quartel, na parada, quando se chama pelo soldado e responde 'presente', uma das suas missões é chamar pelos efectivos para que todos respondam 'presente'. Porque todos aqueles que recebem salários do Estado têm necessariamente que responder 'presente'. Não acontecendo isso, devemos concluir imediatamente que estamos perante um efectivo fantasma".

Francisco Furtado recebeu autorização para limpar todos os fantasmas dos órgãos de defesa e segurança, tendo em conta os últimos acontecimentos que marcaram o país.

"Uma das tarefas será, com certeza, limpar todos os efectivos fantasmas nos órgãos de defesa e segurança, porque os últimos acontecimentos de Luanda, vêm demonstrar que, com dinheiros públicos, estamos a engordar o caranguejo. Portanto, uma das suas missões é travar o quanto antes isso", orientou.

João Lourenço pediu ainda a colaboração de toda a sociedade, em particular dos bancos, para a prevenção deste tipo de crime.

"É evidente que toda a sociedade tem que colaborar. E gostaria de destacar também a necessidade de prestarmos atenção particular aos bancos, porque tudo isso passa pela Banca e há comportamentos e procedimentos da Banca que não são normais. Precisamos de mudar imediatamente", recomendou.

Da parte do Banco Central e da Unidade de Informação Financeira, o Presidente da República disse esperar uma acção mais forte e contundente, não apenas para punir, mas sobretudo para montar um mecanismo que garanta a prevenção do crime e que torne difícil a continuidade das práticas que o país assiste.

O novo ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado, garantiu estar preparado para exercer com rigor, disciplina, organização e competência os desafios que lhe foram apresentados.

"É uma grande responsabilidade que tenho pela frente. O Presidente orientou exactamente aquilo que devo fazer relativamente à adequação da estrutura da própria Casa de Segurança e ao trabalho profundo de cadastramento físico de todos os efectivos dos órgãos de segurança e defesa Nacional, por forma a que possamos dar dignidade a estes órgãos que servem o país e que devem estar adequados à realidade", referiu o general.

Francisco Furtado disse que os trabalhos vão começar imediatamente para que os resultados sejam visíveis, dada a sua experiência na área. Apesar disso, quer contar com colaboradores dos diferentes órgãos de defesa e segurança para a realização de um trabalho com a profundidade e dimensão que se pretende.

O Presidente da República também conferiu posse a João Pereira Massano, nomeado chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, também orientado a trabalhar para o controlo dos efectivos.

O embaixador de Angola acreditado na Federação da Rússia, Augusto da Silva Cunha, e os vice-governadores de Malange e de Cabinda, Angelino Quissonde e Paulo Luvambano, foram igualmente empossados.

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