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Economia

Inquérito a empresas nacionais indica conjuntura desfavorável no 1.º trimestre do ano

Um inquérito ao clima económico em Angola, no primeiro trimestre deste ano, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelou uma conjuntura desfavorável das empresas nos sete sectores avaliados, mas com tendência positiva.

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O inquérito sobre a Conjuntura Económica às Empresas no I trimestre de 2021, de 31 de Maio, a que a Lusa teve acesso, apresenta o Indicador de Confiança (IC) dos sectores do turismo, indústria extractiva, comércio, comunicação, construção, indústria transformadora e transportes.

O documento sublinha que a maior parte dos sectores em análise apresentou uma conjuntura desfavorável às empresas, com tendência de evolução positiva.

"Os Indicadores de Confiança dos sectores do turismo e da indústria transformadora, conservaram a tendência positiva do trimestre anterior, mas permaneceram abaixo da média da série. A conjuntura às empresas continuou desfavorável para ambos sectores", indica a pesquisa.

No que se refere ao turismo, o IC manteve a tendência ascendente do trimestre anterior, mas, ainda assim, continuou abaixo da média da série, tendo evoluído negativamente em relação ao período homólogo, "permanecendo deste modo, a conjuntura económica das empresas desfavorável".

A tendência ascendente do indicador deveu-se ao bom comportamento de todas as variáveis que o compõem, mas, comparativamente ao trimestre homólogo, mais empresas registaram limitações nas suas actividades.

"A insuficiência da procura, as dificuldades financeiras e em encontrar pessoal qualificado, foram os principais constrangimentos. O excesso de burocracia e os preços de venda demasiado elevados, também constrangeram as empresas do sector", aponta o inquérito.

Já nos sectores de comunicação e dos transportes, os IC contrariaram a tendência descendente dos trimestres anteriores, mas permaneceram abaixo da média da série, sendo a conjuntura desfavorável às empresas para os dois sectores.

No sector da comunicação, o IC contrariou a tendência descendente que o assolava há quatro trimestres consecutivos, contudo, evoluiu negativamente em comparação ao período homólogo e permaneceu abaixo da média da série.

A tendência positiva do indicador deveu-se à actividade actual e às perspectivas de procura dos serviços, tendo, quanto às limitações de actividades, menos empresas registado constrangimentos ao desenvolverem as suas acções, comparativamente ao mesmo período de 2020.

"A pouca procura e as dificuldades financeiras foram os principais constrangimentos. A concorrência, as dificuldades na obtenção de crédito bancário e o nível elevado das taxas de juros, também dificultaram as atividades das empresas do sector", sublinha o documento.

Nos transportes, o IC evoluiu negativamente em comparação ao trimestre homólogo e permaneceu abaixo da média, pelo que a conjuntura continuou desfavorável às empresas transportadoras.

"A tendência positiva do indicador resultou do aumento das variáveis de actividade actual e perspectivas de actividade", refere-se no inquérito, que sublinha ainda o aumento de constrangimentos de um maior número de empresas no desenvolvimento das suas acções, comparativamente ao período homólogo.

"A insuficiência da procura, as dificuldades financeiras, o excesso de burocracia e regulamentações estatais, foram os principais constrangimentos. A concorrência e as dificuldades na obtenção de créditos bancários, similarmente constrangeram as empresas do sector", descreve.

Para as empresas do sector do comércio, a conjuntura económica é favorável, pois o IC conservou a tendência ascendente dos trimestres anteriores, evoluiu positivamente em relação ao período homólogo e passou a situar-se acima da média.

Há quatro trimestres consecutivos que o indicador mantém a sua tendência ascendente no sector do comércio, evoluindo positivamente em relação ao trimestre homólogo, passando a situar-se acima da média da série.

O comportamento positivo do indicador resultou da evolução favorável de todas as variáveis que o compõem e, na opinião dos empresários, menos empresas tiveram dificuldades ao desenvolverem as suas actividades em comparação ao período homólogo.

"O excesso de burocracia, a insuficiência da procura foram as principais limitações. A ruptura de stocks, as dificuldades financeiras e os preços de venda demasiado elevados, também limitaram as empresas comerciais", destaca, no entanto, a análise.

Sobre o sector da construção, o inquérito revelou que os empresários continuam optimistas quanto às suas actividades, pois o indicador manteve a tendência positiva do trimestre anterior, evoluiu favoravelmente em relação ao período homólogo e passou a situar-se acima da média da série, mas ainda assim, a conjuntura económica das empresas construtoras permaneceu desfavorável.

A tendência e a evolução favorável do indicador resultou do bom comportamento de todas as variáveis que o compõem e, no que se refere às limitações, menos empresas observaram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em relação ao período homólogo.

Como nos outros sectores analisados, a insuficiência da procura, o nível elevado das taxas de juro e a deterioração das perspectivas de vendas, foram as principais limitações, bem como a falta de materiais e as dificuldades na obtenção de créditos bancários.

Por seu turno, os empresários da indústria transformadora mantiveram os sinais de optimismo do trimestre anterior, tendo em conta que o IC apresentou tendência ascendente e evoluiu positivamente em relação ao período homólogo, todavia a conjuntura económica continuou desfavorável para as empresas do sector.

"A evolução positiva do indicador, em relação ao período homólogo, resultou do crescimento das variáveis perspectivas de produção e emprego nos próximo três meses", tendo os empresários constatado que menos empresas registaram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades, comparativamente ao mesmo período de 2020.

De acordo com os operadores do sector, a falta de matéria-prima, as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos, as dificuldades financeiras, falta de mão-de-obra especializada, água e energia foram os principais constrangimentos no sector.

Na indústria extractiva, o IC manteve a tendência positiva do trimestre anterior, devido ao aumento da produção, evoluiu favoravelmente em relação ao trimestre homólogo e passou a situar-se acima da média da serie, mas a conjuntura às empresas permaneceu desfavorável.

"Quanto às limitações, mais empresas tiveram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em relação ao mesmo período de 2020", tendo as dificuldades financeiras, falta de mão-de-obra qualificada, equipamentos insuficientes e as frequentes avarias mecânicas sido os principais entraves.

O inquérito concluiu que "o clima económico permaneceu desfavorável no I trimestre de 2021, pese embora a tendência e evolução positiva do Indicador em relação ao período homólogo".

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