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Ministra da Saúde diz que admissões de médicos não podem ser arbitrárias

A ministra da Saúde rejeitou críticas ao concurso público para a admissão de médicos, que primou pela “transparência e equidade”, frisando que a entrada destes profissionais “não pode ser arbitrária”.

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Sílvia Lutucuta, que respondia numa conferência de imprensa, em Luanda, às preocupações do Sindicato Nacional dos Médicos de Angola (Sinmea) que ameaçou manifestar-se nos próximos dias contra a falta de enquadramento de novos médicos no sistema de saúde e pela melhoria das condições de trabalho, focou-se na melhoria dos cuidados de saúde e salientou que o último concurso público “primou pela transparência, equidade e sem facilitismo para ninguém”.

A ministra sublinhou que um dos pressupostos do concurso público é a nota e que todos os candidatos se sujeitaram a um exame onde nem todos tiveram a mesma prestação.

Das 1240 vagas para médicos, 200 eram para médicos especialistas e só 120 foram ocupadas.

“Nós andamos atrás de especialistas para virem ocupar as vagas e, mesmo assim, sobraram 80”, notou.

Entre as outras 1040 vagas, houve notas de 18 valores, mas também candidatos a médicos com dois e três valores.

“Não vemos razão nenhuma para os médicos se manifestarem porque quem não teve positiva não vai mesmo entrar, não tem condição”, disse a responsável da pasta da Saúde, acrescentando que existem muitos erros médicos, o que não deve continuar.

 “Nós não podemos, num país em que queremos primar pela prestação de bons serviços de saúde, pôr médicos a trabalhar com formação ou prestação duvidosa. Portanto a ideia é ter profissionais de saúde que inspirem confiança à população”, declarou Sílvia Lutucuta.

Quanto aos 160 médicos com nota positiva que ficaram por colocar está a ser “feita uma avaliação”, disse a ministra, admitindo que podem vir a encontrar colocação fora de Luanda.

A ministra mostrou-se confiante de que os médicos que “estão no seu posto a prestar o melhor serviço” na luta contra a covid-19 “não vão com certeza para manifestações que até estão proibidas durante o estado de calamidade”.

A responsável da Saúde reforçou que na actual legislatura foram realizados “os maiores concursos públicos no sector da saúde de sempre”, com 9250 profissionais de saúde admitidos na função pública no concurso de 2018 e mais 7000 profissionais num novo concurso realizado em 2019, com um número “considerável” de vagas para médicos.

“O objectivo é fazer concursos regulares desde que as condições financeiras o permitam”, disse Sílvia Lutucuta, observando, no entanto, que o Estado “não consegue absorver todos os recursos humanos” para que todos os profissionais “tenham o salário em dia”.

O Sinmea ameaçou na semana passada partir para uma greve, nos próximos dias, caso não haja resposta do Presidente da República, João Lourenço, a um manifesto da classe médica.

Segundo o Sinmea, o país tem actualmente no ativo apenas 8000 médicos, para uma necessidade de pelo menos 30.000 profissionais.

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