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BFA: acordo sobre a dívida será “fundamental” para as finanças do país

O gabinete de estudos do Banco Fomento Angola (BFA) considerou esta Terça-feira que a adesão do país à iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida, lançada pelo G20, será "fundamental" para o país conseguir lidar com a dívida.

: Lusa
Lusa  

"O Ministério das Finanças anunciou que recorreu à DSSI do G20, para conseguir uma suspensão do serviço da dívida dos empréstimos bilaterais, o que dará um alívio significativo, que será fundamental para libertar o país das pressões financeira e de contas externas a curto prazo, libertando fundos para lidar com os efeitos da pandemia da covid-19", escrevem os analistas na análise semanal à economia angolana.

No documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas do BFA acrescentam que "os maiores credores são entidades chinesas" e notam que "a China está em negociações com Angola".

A dívida pública de Angola tem subido fortemente nos últimos anos, fruto da necessidade de suprir o défice originado pela quebra dos preços do petróleo e consequente descida nas receitas fiscais, que catapultou o país para o lote dos mais afectados pela quebra de preços das matérias primas.

A assunção do problema da dívida como uma questão central para os governos africanos ficou bem espelhada na preocupação que o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial dedicaram a esta questão durante os Encontros Anuais na quais disponibilizaram fundos e acordaram uma moratória no pagamento das dívidas dos países mais vulneráveis a estas instituições.

A 15 de Abril, também o G20, o grupo das 20 nações mais industrializadas, acertou uma suspensão de 20 mil milhões de dólares em dívida bilateral para os países mais pobres, muitos dos quais africanos, até final do ano, desafiando os credores privados a juntarem-se à iniciativa.

Além disso, a UNECA, entre outras instituições, está a desenhar um plano que visa trocar a dívida soberana dos países por novos títulos concessionais que possam evitar que as verbas necessárias para combater a covid-19 sejam usadas para pagar aos credores.

Este mecanismo financeiro seria garantido por um banco multilateral com 'rating' de triplo A, o mais elevado, ou por um banco central, que converteria a dívida actual em títulos com maturidade mais alargada, beneficiando de cinco anos de isenção de pagamentos e cupões (pagamentos de juros) mais baixos, segundo a UNECA.

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