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Kilamba Kiaxi: nova morte envolvendo polícia e um cidadão que circulava sem máscara

João de Assunção Eliseu, de 20 anos de idade, perdeu a vida na passada Quarta-feira após ter sido interpelado por agentes da Polícia Nacional (PN) no município do Kilamba Kiaxi, em Luanda. As circunstâncias da morte ainda estão por apurar, mas a polícia nega responsabilidades.

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A covid-19 volta a ser pretexto para mais incidente entre os agentes da autoridade e um cidadão, envolvendo disparos e resultando na morte do último.

Desta vez o palco dos acontecimentos foi o Bairro Palanca. João dirigia-se para o seu local de trabalho, um campo nas imediações do bairro onde lavava viaturas. De acordo com testemunhas, citadas pelo OPaís, foi surpreendido por agentes da Polícia Nacional questionando-o sobre a falta da máscara de protecção, que não estaria a usar.

Não tendo máscara, o angolano terá sido “castigado” pelas autoridades e forçado a dar cambalhotas como punição. Recusando-se, colocou-se em fuga. Os agentes iniciaram então um processo de perseguição disparando vários tiros para o ar.

A parte final desta narrativa ainda não está clara. Sabe-se que João foi encontrado tempos depois caído no chão, perdendo a vida horas mais tarde no Hospital dos Cajueiros, município do Cazenga.

Em comunicado, a Direcção de Comunicação Institucional e Imprensa da Polícia Nacional de Angola refere que tomou conhecimento da situação, mas nega o envolvimento dos agentes na morte do cidadão.

“O facto ocorreu por volta das 10h00, no perímetro jurisdicional do Centro de Formação de Adestramento de Cavalaria e Cinotecnia, onde os agentes do referido órgão exerciam o serviço de patrulhamento, quando, na sequência, abordaram o cidadão em causa, que mostrou resistência”, afirma a PN.

Ainda de acordo com o relato, os agentes efectuaram um disparo para o ar após o jovem ter mostrado resistência e tendo em conta os registos frequentes de assaltos à mão armada na zona. Segundo esta versão, contrária à das testemunhas, João terá conseguido ‘escapar’ tendo sido encontrado horas mais tarde pela mesma patrulha, desmaiado.

O comunicado refere que foi accionado o Centro Integrado de Segurança Pública, que levou o angolano para o hospital por volta das 12h00 horas, onde viria a falecer cinco horas mais tarde.

A Polícia Nacional diz lamentar o sucedido, avançando que as autoridades sanitárias realizarão uma autópsia para apurar a causa da morte do cidadão, que será divulgada nos próximos dias. “Os agentes em causa estão identificados e foi instaurado um processo de averiguação dos factos. Caso se comprove o envolvimento dos mesmos, serão responsabilizados criminal e disciplinarmente”, refere o comunicado.

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