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Presidente quer atrair população de Luanda para a província da Huíla

O Governo está apostado no desenvolvimento da província da Huíla, uma das alternativas para ajudar a desanuviar o excesso de população na capital, Luanda, disse o Presidente João Lourenço.

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O chefe de Estado, que chegou esta Segunda-feira ao Lubango, capital da Huíla, para uma visita de dois dias, referiu que o executivo tem prestado uma atenção particular a esta região do centro do de Angola devido às suas potencialidades, podendo desenvolver-se muito mais "se for apoiada".

"Pode ajudar a descomprimir a cidade de Luanda porque, se criarmos melhores condições de trabalho e de vida noutras províncias, com certeza que esta pode ser uma via de descongestionar a cidade de Luanda, que atingiu níveis insuportáveis", disse o Presidente.

João Lourenço frisou que as infra-estruturas de Luanda estão sobrecarregadas devido ao excesso de povoação, quer na cidade, quer na periferia, porque o interior do país, "por razões conhecidas, perdeu qualidade de vida".

"Precisamos de fazer o caminho inverso e é este caminho inverso que começamos a fazer, passando também aqui pela província da Huíla", referiu.

O programa de trabalho prevê, segundo o chefe de Estado, várias visitas e inaugurações a alguns empreendimentos nas áreas da educação, saúde, ensino superior, ordenamento do território, habitação, "o que demonstra a atenção que tem sido dada à província", sublinhou João Lourenço. 

"A Huíla não é só o Lubango, que é apenas uma cidade. Temos de olhar para a província no seu todo. A província é forte em agropecuária, vamos trabalhar no sentido de tirar o melhor proveito desta tradição que os povos desta região têm em termos de pecuária e de agricultura também", salientou. 

Um dos desafios, apontou, é a criação de matadouros na região, para que se possa proceder à transformação da carne dos animais em produtos prontos para consumo. 

"A nossa atenção está virada também para esta necessidade. Sem afastar a possibilidade de o Estado poder fazer investimentos neste domínio, consideramos que o setor privado também deveria interessar-se em investir na transformação da carne", apelou o Presidente, aludindo à conjugação de esforços entre Estado e privados.

Relativamente à habitação, o programa prevê a inauguração da centralidade do Lubango, concluída em 2014, mas sem condições de ser habitada, porque faltava água e energia, situação, entretanto, parcialmente resolvida.

"Mas o que foi feito dá para que, a partir da amanhã [Terça-feira], pelo menos 800 habitações sejam distribuídas aos cidadãos. As restantes passarão a ser distribuídas de forma paulatina, à medida que as ligações domiciliares de água e energia forem feitas daqui para o futuro", disse.

João Lourenço anunciou que está em curso um trabalho para levar energia eléctrica da central hidroelétrica de Laúca, em Malanje, para a Huíla, passando pelo Huambo, o que deverá diminuir os custos com o alto consumo de combustíveis para as centrais térmicas que alimentam as principais cidades da província.

"Estamos a estudar a possibilidade de construir uma linha de transmissão do Ngove, no Huambo, para a Matala, na Huíla. A Matala já está interligada ao Lubango. A energia de Laúca, com a construção deste pequeno troço de transmissão, à volta de 100 quilómetros, será trazida para a Huíla", salientou.

"Este projecto está na sua fase inicial, mas desde que encontremos a engenharia financeira para enquadrar o projecto, não vai levar muito tempo. Procuramos trabalhar com alguma velocidade para resolver este problema para a província da Huíla", acrescentou. 

Esta é a segunda deslocação de João Lourenço à Huíla desde que assumiu a Presidência do país, em Setembro de 2017, tendo a primeira ocorrido em 2018, onde orientou os trabalhos da sétima reunião ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros.

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