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Saúde

União Europeia empenhada no combate à malnutrição infantil em Angola

A União Europeia (UE), que nos últimos sete anos financiou cerca de 147 milhões de dólares em projectos para crianças em Angola, tem como grande aposta o combate à malnutrição, a causa de morte anual de 60 mil crianças.

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A aposta foi anunciada em Luanda num encontro com jornalistas para abordar as parcerias da UE em torno dos direitos das crianças. Na abertura do acto, o representante da UE em Angola, Gordon Kricke, referiu que em Angola o apoio ao Governo angolano tem consistido na definição de melhores modelos de resposta e o fortalecimento do sistema de protecção e assistência social.

Igualmente a UE apoia as autoridades governamentais angolanas na planificação e execução de acções de segurança alimentar e nutricional, com o objectivo de reduzir a desnutrição crónica e aguda das crianças, apoiando os esforços nacionais para a diminuição da mortalidade infantil de crianças menores de cinco anos.

Por sua vez, o chefe da cooperação da UE em Angola, Fernando Trabada, disse que o Governo angolano tem como grande desafio a redução da mortalidade infantil, actualmente com níveis muito elevados, que apontam para a morte anual de 150 mil crianças.

Segundo Fernando Trabada, dados internacionais referem que entre 40 a 45 por cento dessas mortes, antes dos cinco anos, são causadas pela malnutrição. "Os nossos esforços para apoiar o Governo de Angola nos próximos anos vão ser nesse sentido, na redução da malnutrição das crianças angolanas e vamos fazê-lo através dos sectores da água e saneamento, da agricultura - através da componente de segurança alimentar e nutricional - e da educação, que joga um papel muito importante na nutrição", referiu.

Numa analogia da situação, Fernando Trabada considerou as 60 mil mortes por malnutrição anual como a queda diária de um avião com 200 crianças, resultando na morte das mesmas. "É um grande desafio que tem o Governo de Angola, nós, e todos os parceiros, todas as organizações internacionais, estamos dispostos a olhar a este, quiçá, o maior desafio no desenvolvimento do país", frisou.

No mais recente relatório sobre a situação das crianças e mulheres em Angola, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), citando dados do Inquérito Nacional de Nutrição (INN), de 2007, indica que quase um terço das crianças entre os seis e os 59 meses sofre de malnutrição crónica. Na maioria das zonas fora de Luanda, as taxas de malnutrição crónica estavam próximas ou eram superiores a 30 por cento. A prevalência de malnutrição crónica entre crianças menores de cinco anos foi de 33 por cento nas zonas rurais e 30 por cento noutras zonas urbanas, mas muito baixa em Luanda (19,6 por cento).

As províncias de Benguela, Cuanza Sul (oeste), Cunene, Huíla, Namibe (sul), Bié, Huambo e Cuando Cubango (centro-sul) são as regiões com maior prevalência de malnutrição, com taxas de 34,3 por cento, 33,7 por cento e 31,3 por cento, respectivamente.

O relatório da UNICEF refere que a falta de dados actuais não permite precisar as tendências, sublinhando, entretanto, que não deve ter havido grandes melhorias no estado nutricional das crianças desde o fim do conflito armado, em 2002.

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