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Estado gastou 900 milhões com bancos portugueses através da Sonangol

O Estado angolano atribuiu "prestações suplementares" à petrolífera Sonangol de quase 900 milhões de dólares, em 2014, para investimentos em dois bancos de origem portuguesa, casos do Millennium BCP e do ex-Banco Espírito Santo Angola (BESA).

Jose Manuel Ribeiro / Reuters:

A informação consta do último relatório e contas da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), consultado hoje pela Lusa, no qual se reconhece que em 2014 "foram concedidas pelo Estado angolano", à petrolífera estatal, "prestações suplementares no valor de 100.528 milhões de kwanzas”.

"Os valores desembolsados pelo Estado tiveram como objectivo capitalizar a Sonangol E.P. com o objectivo do reforço do investimento financeiro no BCP e investimento no Banco Económico S.A. (que deu lugar ao anterior BESA)", lê-se no documento.

No caso do ex-BESA, que após intervenção do Banco Nacional de Angola devido ao volume de crédito malparado e que por decisão de 29 de Outubro passou a Banco Económico SA, entrando a Sonangol como accionista de referência (35 por cento do capital social) no aumento de capital realizado, a petrolífera identifica uma verba de 16.848 milhões de kwanzas.

Corresponde, lê-se, a um "adiantamento para realização de capital, na medida em que a referida instituição ainda não existe, até que o processo legal existente ao nível do BESA (até Outubro detido em 55 por cento pelo BES português) esteja concluído".

Já no caso do Millenium BCP, a Sonangol reconhece que à data de 31 de Dezembro de 2014 era titular de 10.534.115.358 acções do banco português, correspondente a 19,44 por cento de participação no capital social.

Segundo a petrolífera, esta posição corresponde a preços de mercado de "justo valor" a cerca de 86.983 milhões de kwanzas. A Sonangol refere ainda ter avançado com a subscrição de 6.703.527.955 novas acções no ano anterior, no aumento de capital do banco, "permitindo desta forma manter o interesse participativo" no Millenium BCP.

"Estes títulos estão sob custódia do BIG - Banco de Investimento Global, nos termos do contrato de custódia assinado com a Sonangol E.P.", lê-se ainda no relatório e contas da empresa.

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