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Energia

Os próximos cinco grandes projectos de petróleo e gás em Angola

Com a produção de petróleo bruto em ascensão – tendo registado um aumento superior a 580.000 barris por mês entre Dezembro e Janeiro – Angola pretende estabilizar sua produção em torno dos 1,3 milhões de barris por dia nos próximos três anos. Consequentemente, estão em desenvolvimento vários projectos de E&P (Exploração e Produção), que aguardam pela decisão final de investimento.

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Estes projectos deverão "maximizar recursos de hidrocarbonetos existentes", assim como optimizar instalações e infraestruturas – nomeadamente submarinas – e ainda permitir reduções de custos.

Desta forma, a Energy Capital & Power, plataforma que promove o investimento no mercado energético em países africanos – responsável no país pela conferência Angola Oil&Gas – nomeou aqueles que considera os cinco principais projectos de petróleo e gás no país.

Q&M - Projecto de Gás

Num esforço para impulsionar a exploração e monetização do gás upstream, o Novo Consórcio de Gás (NGC) de Angola – composto pela Chevron, Azule Energy, TotalEnergies e Sonangol – chegou ao FID (Decisão Final de Investimento) no projecto de gás "Quiluma e Maboqueiro" (Q&M) em Agosto passado, juntamente com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).

O projeto consiste em duas plataformas de cabeça de poço offshore, uma fábrica de processamento de gás em terra e uma conexão com a fábrica Angola LNG.

Até agora, concederam–se contratos EPC (Engenharia, Gestão de Compras e Construção) à Saipem para a fábrica em terra e para a plataforma de Quiluma. O JV Gruppo Antonini/Proger/Kerry Logística será responsável pela plataforma Maboqueiro, sendo que a Baker Huges terá a seu cargo o fornecimento de turbocompressores.

O primeiro gás – nos planos para 2026 – desempenhará um papel crítico no avanço da agenda centrada no gás de Angola e na sua exploração e desenvolvimento de gás não associado, concluem.

Desenvolvimento do Campo Petrolífero "Agogo"

A Azule Energy tem vindo a realizar trabalhos ampliados no desenvolvimento do campo de petróleo Agogo em águas ultraprofundas no Bloco 15/06, com o FID definido para ocorrer este ano e os trabalhos preliminares já iniciados.

O projecto envolve 36 novos poços, incluindo 21 produtores e 15 injectores, e uma unidade flutuante de armazenamento e transferência (FPSO) com capacidade de produção de 120.000 barris por dia.

A Azule Energy já concedeu 7,8 biliões de dólares em contratos, ao garantir os serviços da Yinson Production para operar e manter a embarcação FPSO, da TechnipFMC que fornecerá tubulação flexível, da Baker Hughes para fornecer equipamentos e serviços submarinos, da Aker Solutions para fornecer umbilicais submarinos dinâmicos e estáticos e da Subsea 7 para transportar e instalar risers, linhas de fluxo e estruturas submarinas.

Após a conclusão, o Agogo Integrated West Hub transportará um pico de produção de 175.000 barris por dia através da nova unidade Agogo FPSO e do Ngoma FPSO existente, que entrou em operação em 2020.

Desenvolvimento do Campo de Petróleo de Begónia

Em Julho passado, a TotalEnergies anunciou um FID de três biliões de dólares no desenvolvimento do campo de petróleo Begónia no Bloco 17/06, que será concessionado no final de 2024 e adicionará cerca de 30.000 barris de petróleo bruto por dia à produção existente.

Localizado em lâmina d'água de até 750 metros, o Begónia consiste em cinco poços ligados ao FPSO Pazflor no Bloco 17, adjacente.

O investimento inicial foi estimado em 850 milhões de dólares e 1,3 milhões de horas de trabalho – 70 por cento dos quais serão ser realizados em Angola.

CLOV Fase 3

Favorecendo projectos de desenvolvimento de ciclo curto, a TotalEnergies e a ANPG anunciaram planos em Junho passado para investir 850 milhões de dólares para desenvolver ainda mais o Projecto CLOV Fase 3, localizado no Bloco 17. Este permitirá expandir a produção nos campos existentes em 30.000 barris de petróleo diários.

Com cinco novos poços, o projecto representa uma extensão da rede de produção submarina e sua interligação ao CLOV FPSO já existente, bem como o primeiro desenvolvimento para alavancar a padronização de equipamentos submarinos no bloco, trazendo reduções de custo significativas de até 20 por cento.

Com produção prevista para 2024, a terceira fase do CLOV exigirá dois milhões de horas/trabalhadores, das quais 1,5 milhões serão executadas localmente no Lobito e em Luanda.

Desenvolvimento Cameia-Golfinho

Uma das perspectivas de águas profundas mais promissoras de Angola é o desenvolvimento de águas profundas Cameia-Golfinho da TotalEnergies, no Bloco 20/11 e Bloco 21/09. As estimativas apontam para que contenha 420 milhões de barris de óleo equivalente.

O grupo francês já lançou uma licitação para uma nova instalação FPSO de 100.000 barris por dia destinada ao campo Golfinho, uma das sete descobertas em águas profundas feitas nos Blocos 20/11 e 21/09.

O FID está previsto para Junho, dependendo da aprovação do governo do plano de desenvolvimento do campo, e a inicialização está prevista para 2027.

Estas a outras previsões, estratégias, análises e debates terão lugar, como já vem sendo habitual, na conferência e exposição Angola Oil&Gas. A edição de 2023 está programada para os dias 13 e 14 de Setembro, em Luanda. A Energy Capital Power reunirá "formuladores de políticas energéticas e partes interessadas angolanas com investidores globais, para discutir e optimizar o futuro energético do país". Estão ainda previstos painéis de discussão e reuniões de alto nível e fóruns de networking onde serão apresentadas oportunidades de investimento e parcerias para o sector do petróleo e do gás.

 

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