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João Lourenço reitera conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça em 2026

O Presidente da República – que no Sábado se deslocou até à província do Cuanza Norte para uma visita de trabalho de algumas horas – reiterou que a conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça deverá ocorrer em 2026.

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De acordo com um comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, o chefe de Estado apontou a conclusão da infra-estrutura para Outubro de 2026.

"O Presidente da República, João Lourenço, reiterou que a conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, o terceiro maior de África e o maior de Angola, deverá acontecer dentro de três anos, concretamente em Outubro de 2026", lê-se na nota.

Além disso, João Lourenço também deixou a garantia de que o Governo vai envidar esforços para impedir a suspensão da empreitada. "O Chefe de Estado, que visitou este Sábado, 20 de Maio, a infra-estrutura localizada no Cuanza Norte, garantiu o esforço do Executivo para impedir a paralisação das obras", acrescenta o comunicado.

Segundo a nota, no local, o chefe de Estado procedeu ao descerramento da placa, bem como accionou o "botão que marca a conclusão das obras do desvio provisório do Rio Kwanza".

Na ocasião, o Presidente também mencionou que o "projecto tem financiamento garantido, mas o cumprimento do cronograma de execução estará dependente do desembolso por parte dos financiadores", lê-se no comunicado.

No final da visita ao empreendimento, João Lourenço, em declarações à imprensa, disse sair com "o sentimento do que já foi realizado até à presente data", mas que o acto do desvio do rio se assume como "um marco importante para a continuação das obras".

"Eu saio daqui com o sentimento do que já foi realizado até à presente data, mas que o acto do desvio do rio que acabámos de assistir há momentos é um marco importante para a continuação das obras deste importante projecto do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça", disse, acrescentando que esperam "que dentro de sensivelmente três anos – mais precisamente, se quisermos ter o rigor necessário, em Outubro de 2026 – vamos inaugurar aquela que será a maior barragem hidroeléctrica de Angola e a terceira maior do continente africano, depois da Barragem de Aswan, no Egipto, e da Barragem de Cahora Bassa, em Moçambique".

"Nós vamos trabalhar para não parar. Garantia escrita, isso ninguém dá. Vamos é tudo fazer no sentido de, repito, à data prometida ou estimada (Outubro de 2026), voltarmos cá já para cortar a fita e colocar este grande empreendimento, esta grande infra-estrutura, ao serviço do país, ao serviço da economia, ao serviço das populações", afirmou.

João Lourenço referiu igualmente que o Governo vai continuar a fazer investimentos neste e noutros domínios, como por exemplo o da transportação de energia.

"Pensamos fazer aquilo que é dever de se fazer. É fazer investimentos neste domínio. No domínio da transportação da energia a partir das principais fontes de produção de energia. Sem sombra de dúvida, neste momento as principais fontes de distribuição de energia encontram-se aqui no Baixo Kwanza. Isso já começou a ser feito, mas vamos continuar a investir na transportação de energia nas três grandes barragens aqui no Baixo Kwanza. Estou a referir-me ao Aproveitamento Hidroeléctrico de Cambambe, de Capanda, de Laúca e, dentro de três anos, também desta de Caculo Cabaça, levar essa energia o mais longe possível para que possa servir o centro, o sul, o norte e o leste do nosso país", disse.

O chefe de Estado disse ainda que, a acompanhar as linhas de transportação de energia, "serão construídas também subestações e, depois a ponta final do investimento que é, sem sombra de dúvida, as ligações domiciliares".

"Porque não basta termos centros de produção de energia, não basta colocarmos a energia de alta tensão nessas localidades. Precisamos é de colocar essa energia de baixa tensão, de 220 volts, em casa dos consumidores e das indústrias que, com certeza, algumas já existem e outras surgirão, para consumirem essa energia que estamos a produzir", acrescentou.

Além disso, referiu que "este projecto tem financiamento assegurado". "O que eu dizia na semana passada é que, se tudo correr bem, se não houver atrasos nos desembolsos – para ser mais claro –, vamos cumprir os prazos previstos. Mas financiamento assegurado tem, de um banco chinês, mais concretamente do Banco Comercial e Industrial da China, em relação à obra civil; e de um financiamento de um banco alemão, que vai financiar o custo das cinco turbinas que vão gerar energia neste aproveitamento hidroeléctrico", afirmou ainda João Lourenço.

Assim, acrescentou: "Portanto, a questão do financiamento, em princípio, não se põe. É evidente que temos é que assegurar que não falhe nos prazos, para não condicionar também o ritmo de trabalho da obra no terreno".

No entanto, destacou que o acto realizado no Sábado, "significa um passo importante para a continuidade dos trabalhos", uma vez que "é a partir de agora, depois que o rio estiver seco nessa parte – porque a água começa a ser desviada a partir de agora –, que o empreiteiro civil vai começar a construir a barragem".

"Portanto, nós para termos uma barragem hidroeléctrica deste género precisamos de ter duas coisas fundamentais: a albufeira construída para armazenar a água e, obviamente, as turbinas que, aproveitando desta água, vão gerar a energia necessária", completou.

Segundo uma nota da Presidência da República, no Cuanza Norte, o Presidente também visitou as obras do Hospital Geral da referida província. Na manhã de Sábado "quando o Chefe de Estado chegou à cidade de Ndalatando e antes mesmo de se deslocar, por via aérea, até Caculo Cabaça, efectuou uma visita de constatação às obras do futuro Hospital Geral daquela cidade", lê-se na nota, que acrescenta que o objectivo era "tomar o pulso da evolução dos trabalhos".

A deslocação de João Lourenço ao Cuanza Norte ficou ainda marcado por um momento cultural.

"O grupo etno-cultural Os Vindjomba, na sua versão 'escola de formação', protagonizou" no Sábado "um momento muito especial durante a visita que o Presidente da República efectuou ao local onde está a ser construído o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, na província do Cuanza Norte", refere uma outra nota da Presidência, a que o VerAngola teve acesso.

Na ocasião, os "petizes cantaram, dançaram e dirigiram-se individualmente ao Presidente João Lourenço, demonstrando simpatia e, nalguns casos, humor inocente, como quando um deles pediu que o chefe de Estado visitasse a escola em que estuda, para conhecer os seus colegas e professores".

Segundo a nota, o Presidente "esteve o tempo todo receptivo e divertiu-se com os bailarinos mirins, tendo mesmo um deles permanecido a seu lado enquanto João Lourenço respondia às perguntas dos jornalistas".

O Presidente da República regressou à capital no mesmo dia (Sábado), tendo recebido cumprimentos da vice-Presidente da República, Esperança da Costa, bem como de outros quadros da administração central do Estado.

Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça

De referir que o Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo Cabaça, que está sob a alçada do Ministério da Energia e Água, se enquadra "no programa de reforço da capacidade de produção de energia eléctrica" no país.

Segundo o CIPRA, o empreendimento "vai produzir, em média, 8.566 gigawatts de energia eléctrica, por ano, permitindo uma economia anual de 2.850.000 toneladas de carvão e, consequentemente, uma redução de emissões de dióxido de carbono na ordem de nove milhões de toneladas".

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