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Bodiva e FGC rubricam memorando para criação de condições de financiamento para as PMEs

A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) e o Fundo de Garantia de Crédito (FGC) assinaram esta Quinta-feira um memorando de entendimento que visa a criação de condições de financiamento para as pequenas e médias empresas (PMEs).

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"A Bolsa de Dívida e Valores de Angola – Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, SA celebrou hoje, 4 de Maio, um memorando de entendimento com o Fundo de Garantia de Crédito, que tem como objectivo principal a criação de condições para a concessão de garantias públicas pelo FGC às pequenas e médias empresas que venham a se financiarem via Bolsa de Valores pela emissão de obrigações corporativas", informa a Bodiva, num comunicado remetido ao VerAngola.

A referida iniciativa, acrescenta a nota, ocorre do lançamento, em Outubro do ano passado, do segmento de mercado para pequenas e médias empresas nos mercados Bodiva, bem como "visa colmatar uma limitação no que diz respeito à confiança dos investidores nos valores mobiliários de PMEs e, consequentemente contribuirá para o desenvolvimento do segmento".

"Nestes termos, uma vez que a PME tome a decisão de se financiar pela emissão de obrigações corporativas, para além de cumprir com os requisitos de admissão ao mercado – nomeadamente, apresentação do Prospecto Simplificado, relatório e contas do último exercício auditado por perito contabilista e plano de negócios de três anos, sendo que caso opte por beneficiar da garantia de crédito no âmbito desta colaboração, terá também de cumprir com os termos a definir pelo FGC", esclarece a nota da Bodiva.

Além disso, adianta o comunicado, o memorando ora assinado entre a Bodiva e o FGC tem ainda prevista a cooperação das duas entidades no "desenvolvimento de soluções financeiras alinhadas às necessidades específicas das" pequenas e médias empresas, bem como "na promoção de acções de capacitação aos gestores destas empresas, sobre princípios de boa governação corporativa e de organização contabilística", com o propósito de as orientar acerca do "processo de obtenção de financiamento via bolsa, em particular pela emissão de obrigações".

O administrador executivo do FGC, Eduardo Mohamed, disse que o acordo com a Bodiva vai fazer com que essas empresas não dependam apenas do sector bancário para obterem financiamento.

Eduardo Mohamed, que falava à Rádio Nacional de Angola, salientou que essas empresas vão poder usar também a plataforma Bodiva e as garantias de crédito públicas, "para haver maior confiança nos investidores" bem como aproximação entre as pequenas e médias empresas e financiadores internacionais e nacionais.

"No âmbito desse processo, o tecto máximo é de cinco milhões de dólares e o fundo de garantia cobre o risco até 75 por cento", sublinhou.

O responsável informou igualmente que o FGC vai pagar garantias públicas concedidas a cerca de 150 projectos de financiamento a pequenas e médias empresas, que deverão ser vendidas em bolsa.

Segundo Eduardo Mohamed, o FGC participou no Angola Invest e deu garantias a mais de 150 empresas do sector das pescas, indústria e agricultura fundamentalmente, das quais 45 por cento não cumpriram com o compromisso.

"Os mais críticos são cerca de 20 mil milhões de kwanzas e temos um programa de três anos que vamos, primeiro, pagar os accionamentos dos bancos e depois recuperarmos de forma conjunta com a banca, usando essa plataforma da Bodiva para torná-las mais viáveis", referiu.

Por sua vez, a administradora executiva da Bodiva, Cristina Lourenço, sublinhou que nesse processo é preciso um estudo para aferir se existem condições para as empresas serem alienadas via bolsa.

"E depois há que fazer uma análise também de qual das formas é que vai ser feito, se na modalidade de leilão em bolsa, que é no mercado primário" ou "pela abertura de capital", exemplificou Cristina Lourenço.

A cerimónia de assinatura decorreu no Epic Sana, tendo sido protagonizado pela administradora executiva da Bodiva, Cristina Lourenço, e pelo administrador executivo do FGC, Eduardo Mohamed. O acto contou ainda com o testemunho de altos quadros de ambas as instituições.

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