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BNA intervém para travar desvalorização do kwanza e vende títulos no valor de 350 milhões de dólares

O Banco Nacional de Angola (BNA) vai colocar no mercado Obrigações do Tesouro no valor de 350 milhões de dólares para mitigar os riscos cambiais e aligeirar a pressão sobre a moeda nacional, o kwanza.

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A decisão foi esta Sexta-feira anunciada pelo governador do BNA, José de Lima Massano, no final da 111.ª reunião ordinária do Comité de Política Ordinária (CPM).

Lima Massano revelou que o BNA decidiu manter inalteradas todas as taxas de juro face à alteração registada em algumas variáveis macroeconómicas que podem influenciar a estabilidade de preços na economia angolana, recomendando um período de "observação e acomodação das decisões tomadas" anteriormente pelo órgão.

Em causa está sobretudo a redução do saldo da balança comercial com reflexo na oferta de recursos cambiais aos operadores económicos, que está a pressionar a moeda nacional – o kwanza – o que deverá culminar numa menor oferta de bens importados, justificou.

O CPM entendeu, por isso, ser necessária a oferta de instrumentos financeiros de mitigação do risco cambial e decidiu colocar no mercado Obrigações do Tesouro da carteira do BNA, em moeda estrangeira, no valor de 350 milhões de dólares, que podem ser adquiridas em moeda nacional.

O governador do BNA apontou ainda alguns indicadores que recomendam prudência, como as previsões de desaceleração da economia mundial e a "deterioração dos termos de troca" da balança comercial que contribuiu para a redução do saldo superavitário da conta de bens, reflectindo uma redução de mais de 23 por cento no valor das exportações.

Por outro lado, as reservas internacionais mantiveram-se estáveis e situaram-se no final do mês de Abril em 14,45 mil milhões de dólares, o que se traduz num grau de cobertura de 6,56 meses de importações de bens e serviços.

O BNA manteve inalteradas a taxa básica de juro (Taxa BNA) nos 17 por cento, a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez, igualmente em 17 por cento, e a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez, nos 13,5 por cento.

A próxima reunião do CPM realiza-se a 17 e 18 de Julho, em Luanda.

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