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Preço dos bilhetes das viagens interprovinciais desceu. Macon é a operadora com os preços mais elevados

Os custos dos bilhetes das viagens interprovinciais desceram, no último meio ano, entre 15 a 50 por cento, mas, mesmo assim, os preços não alcançaram os valores registados em 2019 – ano pré-pandemia que provocou um aumento significativo. A Macon é a operadora com os preços mais elevados enquanto a TCUL é a que tem os preços mais baixos.

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Depois do levantamento da cerca sanitária, em Setembro do ano passado, as viagens interprovinciais retomaram, embora de forma condicionada. Nessa altura, a Macon cobrava, para viagens entre a capital e o Huambo, 27 mil kwanzas. Contudo, nos últimos meses os valores foram descendo até atingirem os actuais 13.600 kwanzas, segundo um levantamento feito pelo Expansão.

Actualmente, quem viajar com a Macon de Luanda para o Namibe tem de desembolsar 27.500 kwanzas, contra os 30 mil kwanzas cobrados anteriormente.

Já uma viagem entre Luanda e Huambo, com a Ango-Real, desceu de 18.500 kwanzas para 10.500 kwanzas. Por sua vez, a TCUL cobra actualmente 8500 kwanzas, contra os 10 mil kwanzas cobrados previamente.

Segundo o Expansão, a lista das operadoras de transportes interprovinciais com os preços mais elevados é liderada pela Macon. Contrariamente, a TCUL é a operadora que pratica os preços mais baixos.

Entre os motivos que justificam os elevados preços da Macon estão os custos operacionais da empresa com arrendamento de infra-estruturas, reposição de viaturas, entre outros.

"A nossa estrutura é muito grande e é suportada por um custo muito elevado", disse Armando Macedo, coordenador comercial da Macon, citado pelo Expansão

A Macon viaja para 42 pontos no país, sendo que as suas tarifas variam entre 30.200 kwanzas para o percurso Luanda-Dundo e 4300 kwanzas para uma viagem entre a capital e o Dondo.

Por sua vez, a Ango-Real apenas assegura viagens para 11 destinos enquanto a TCUL só se desloca para seis.

Conforme o levantamento do Expansão, as viagens na Macon custam quase o dobro do que na TCUL: para uma deslocação entre Luanda e Huambo a Macon cobra 13.500 kwanzas enquanto a TCUL cobra 5000 kwanzas.

Por exemplo, para o percurso entre Luanda e Soyo, a viagem com a Macon tem um custo de 10.100 kwanzas enquanto na TCUL os passageiros têm de desembolsar 7500 kwanzas.

André Gomes, director de Comunicação e Imagem da TCUL, citado pelo Expansão, disse que a empresa tem os preços mais baixos para estar em conformidade com a capacidade económica dos cidadãos: "Nós procuramos praticar os preços mais baixos do mercado, mas sempre dentro dos limites dos custos operacionais".

Já a Macon tem afixada outra tabela que diz tratar-se de tarifas promocionais em cerca de cinco horários e seis rotas. Contudo, os preços não atingem os aplicados pela TCUL. Nesta tabela, a empresa cobra 10 mil kwanzas para uma viagem a sair às 10h30 no percurso Luanda-Benguela, sendo que normalmente o preço para este trajecto é de 12.900 kwanzas.

De referir que a diminuição que se verificou nos últimos tempos surgiu como resposta ao alerta do Instituto Nacional dos Transportes Rodoviários que, aquando do levantamento da cerca sanitária, impediu as operadoras de aumentarem os preços perante a especulação que se estava a registar. Alguns meses depois, na sequência de acções de inspecção por parte do regulador, começou-se a verificar uma descida nos valores

Segundo Kambango Fernandes, responsável do observatório Nacional dos Transportes, "os preços dos bilhetes são taxados dentro dos limites estipulados pelo IGAPE, à Luz do Decreto Presidencial n.º 355/19, Lei que regula os transportes de passageiros, devendo respeitar os custos operacionais de cada empresa, tipologia do veículo, capacidade operacional da empresa".

Citado pelo Expansão, o responsável fez ainda saber que se as empresas operarem à margem da lei arriscam-se "a ver-lhes ser retirada a licença de actividade e os títulos de concessão de carreira".

O regulador também assegurou que já não se verifica especulação, sendo que os actuais preços se fundamentam nos custos de operação.

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