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Ex-trabalhadores de gestora de fábricas da Sonangol aguardam indemnizações desde 2020

Mais de 1300 ex-trabalhadores da Sonangol Investimentos Industriais (Siind), unidade gestora das fábricas da petrolífera estatal, aguardam desde 2020 pelas respectivas indemnizações e pagamento de retroactivos, após as unidades terem sido privatizadas, disse esta Quarta-feira fonte sindical.

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Segundo o presidente Sindicato Democrático dos Trabalhadores da Indústria, Comércio e Serviços de Luanda (Sindetraincosl), António Adão Correia, a situação arrasta-se desde 2020 por incumprimento da entidade patronal para com as suas obrigações sociais, na sequência de despedimentos colectivos.

"Até agora fizeram o pagamento das compensações e falta o pagamento das indemnizações e os retroactivos, uma vez que tínhamos salários indexados ao dólar. Daí as razões das nossas reivindicações, que vamos continuar a fazer junto da entidade empregadora", afirmou esta Quarta-feira António Adão Correia, em declarações à Lusa.

A Siind era a gestora de 22 unidades industriais, afectas à Sonangol, localizadas na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo e que foram privatizadas no quadro do Programa de Privatizações (ProPriv) do Governo.

O líder da Sindetraincosl referiu que a entidade emitiu recentemente um comunicado em que "mente grosseiramente" sobre o cumprimento das suas obrigações para com os mais de 1300 ex-trabalhadores.

"Porque ela (a empresa) não cumpriu com os pagamentos que deve fazer aos trabalhadores decorrentes dos despedimentos colectivos que foram feitos, e o que a gente constata é que a Siind quer fazer aproveitamento e ficar com o dinheiro dos trabalhadores", disse.

António Adão Correia lamentou também que o processo de privatização das unidades fabris, liderado pelo Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), tivesse ocorrido sem o acompanhamento do sindicato.

"Nós, o sindicato, não acompanhámos este processo, as fábricas foram vendidas, os trabalhadores foram mandados ao desemprego", recordou.

O grupo de trabalhadores afectados promoveu várias manifestações em 2021, defronte à sede da Sonangol, no centro da capital, para exigir a liquidação de indemnizações e retroactivos.

"A Siind não tem cumprido com as obrigações sociais decorrentes dos despedimentos colectivos, então temos estado a reivindicar com manifestações na sequência de termos escrito à Inspecção Geral do Trabalho, ao Presidente da República, à Sonangol e a outras entidades para pressionar a Siind a fazer os pagamentos".

"Alguns pagamentos foram feitos forçosamente, mas faltam as indemnizações e os retroactivos", rematou o responsável sindical.

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