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Desenvolvimento do conteúdo local africano requer “investimento, compromisso” e financiamento

Oradores de uma mesa-redonda sobre o conteúdo local africano defenderam esta Terça-feira, em Luanda, que o conteúdo local no sector petrolífero requer “investimento, compromisso, esforço e financiamento”, apontando a aposta na tecnologia em África como um pressuposto indispensável.

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Para intervenientes na mesa-redonda sobre o "Conteúdo Local Africano: Revisão de Políticas e Progressos na Implementação do Conteúdo Local em África", a potenciação do conteúdo local de África deve passar também pela criação de um mercado regional.

Segundo Rui Passos, representante da ExxonMobil, África tem uma "grande oportunidade" de apostar no seu conteúdo local, "com esforço, compromisso e financiamento", referindo que o conteúdo local "é negócio e não responsabilidade social corporativa".

Alcides Andrade, director do planeamento estratégico da ANPG - Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, assegurou que "Angola está pronta" para desenvolver o seu conteúdo local, sobretudo devido aos vários equipamentos construídos pelo sector.

"Os desafios são muitos, precisamos continuar a evoluir do ponto de vista tecnológico e continuar a trilhar caminho para autonomia financeira", referiu.

Experiências da Argélia no domínio do tema em discussão foram apresentadas no encontro pelo director-geral da petrolífera argelina Sonotrach, Mohamed Daound, defendendo a integração regional e a maximização da produção nacional na cadeia de valor.

O incentivo às parcerias público-privadas e a elaboração de políticas de desenvolvimento do conteúdo local são acções "já implementadas na Argélia e que tem resultados positivos", frisou.

A necessidade da criação de um mercado regional visando a potenciação do conteúdo local africano foi defendida por Simbi Wabote, secretário-executivo do departamento de desenvolvimento do conteúdo local da Nigéria, maior produtor de petróleo da África subsaariana.

"O acesso ao financiamento será fundamental. Será que temos capacidades de gestão de serviços e equipamentos do sector?", questionou o gestor nigeriano, que moderou o debate.

E o presidente da empresa Brimont, prestadora de serviços do sector petrolífero em Angola, Francisco Monteiro, apontou a "monitorização das leis boas" como desafios do conteúdo local, sobretudo em Angola, onde se enveredou para o caminho do proteccionismo".

"Que estabelece ainda algumas barreiras e o processo de qualificação é difícil", criticou o empresário.

A mesa-redonda sobre o conteúdo local africano decorreu no segundo dia de trabalhos da 8.ª edição do Congresso e Exposição de Petróleo Africano (CAPE, na sigla inglesa), promovida em Luanda pela Organização Africana dos Países Produtores de Petróleo (APPO, na sigla inglesa), que se iniciou na Segunda-feira e decorre até Quinta-feira.

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