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Professores universitários decidem interromper greve a pedido dos bispos católicos

Professores universitários decidiram esta Segunda-feira interromper a greve, que dura desde 3 de Janeiro, até Outubro próximo, “a pedido dos bispos católicos, que reconhecem a razão dos professores e recomendam ao Governo a resolver o problema”.

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A medida foi anunciada esta Segunda-feira pelo secretário-geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (Sinpes), Eduardo Peres Alberto, dando conta que os docentes "acataram os apelos da Igreja Católica e dos respectivos bispos".

Os dirigentes católicos "reconhecem a razão dos professores e recomendam ao Governo a resolver o problema, mas apelam para a situação social da maioria dos estudantes das instituições públicas do ensino superior", muitos "pertencentes a famílias pobres", disse esta Segunda-feira à Lusa o dirigente sindical.

A greve "por tempo indeterminado" dos professores universitários teve início a 3 de Janeiro e já havia registado uma primeira interrupção de um mês a 5 de Abril. A nova interrupção tem início esta Segunda-feira e termina a 24 de Outubro.

Segundo Eduardo Peres Alberto, os professores responderam ao apelo dos bispos católicos porque admitem que os estudantes "estão a ser prejudicados" com a paralisação das aulas.

"Nós somos da sociedade angolana, somos cidadãos e esse apelo da igreja (católica) é fundamental e porque, também, reconhecemos que os estudantes não têm culpa", argumentou.

"Este é mais um exercício de boa-fé, do lado do sindicato, para que não digam que há um aproveitamento político e esperamos também o bom senso por parte das autoridades", rematou o líder do Sinpes.

Um aumento salarial, melhores condições laborais, pagamento da dívida pública e eleições dos corpos directivos das instituições públicas do ensino superior constituem algumas das reivindicações dos professores universitários angolanos.

Um aumento salarial de 6 por cento foi a proposta do Presidente, João Lourenço, aos professores que, no entanto, foi rejeitada em assembleia geral, onde estes aprovaram uma proposta salarial de 2,6 milhões de kwanzas para o professor catedrático e 1,5 milhões de kwanzas para o professor assistente estagiário.

O próximo ano académico 2022/2023 em Angola tem início previsto para Outubro.

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