Ver Angola

Economia

Portugal foi o segundo maior destino do investimento angolano em 2021. Ilhas Maurícias estão em primeiro

Ilhas Maurícias, Portugal, Ilhas de Man, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde foram os principais destinos do investimento directo angolano no exterior, que sofreu um decréscimo em 2021, devido à alienação de activos em Singapura, foi anunciado esta Quinta-feira.

:

Segundo o relatório da Balança de Pagamentos e Posição do Investimento Internacional de Angola em 2021, divulgada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o 'stock' do investimento angolano no exterior passou de 3.206 milhões de dólares em 2020, para 2.153 milhões de dólares no ano passado, fruto da alienação de alguns activos no exterior, mais concretamente em Singapura.

A posição líquida do investimento internacional registou uma melhoria do seu défice, avaliado em 24.222 milhões de dólares, contra 30.013 milhões de dólares registados em 2020, em função do aumento dos activos financeiros e redução dos passivos face a não residentes.

O 'stock' das reservas internacionais registou um aumento de 629,6 milhões de dólares, passando de 14.878,5 milhões de dólares em 2020 para 15.508 milhões de dólares no ano seguinte, correspondente a uma cobertura de 9,9 meses de importação de bens e serviços.

A balança de pagamentos registou em 2021 um saldo superavitário na ordem de 134 milhões de dólares, contra um défice de 3.365,5 milhões de dólares do ano precedente, enquanto a posição líquida do investimento internacional reduziu o défice em cerca de 5.790,6 milhões de dólares.

"A conta corrente apresentou um desempenho positivo assinalável, ao registar em 2021 um saldo superavitário de 8.398,3 milhões de dólares, equivalente a 12,4 por cento do PIB [Produto Interno Bruto], contra um superavit de apenas 871,9 milhões de dólares (1,6 por cento do PIB) em 2020", acrescenta o relatório.

A melhoria do saldo da conta corrente é justificada, essencialmente, pelo aumento das receitas de exportação (conta de bens), já que este saldo passou de 11.394,3 milhões de dólares em 2020 para 21.786,6 milhões de dólares em 2021.

O aumento considerável é justificado, sobretudo, pela recuperação do preço médio dos principais bens (matérias-primas) exportados por Angola (petróleo bruto, gás e diamantes).

A variação do preço de petróleo teve um efeito positivo sobre o valor exportado na ordem de 122,4 por cento, apesar do comportamento das quantidades que apresentou um efeito negativo de 38,7 por cento.

As exportações do sector não petrolífero, mantiveram um peso residual, e muito dependente do sector diamantífero, cujas exportações aumentaram para 1.549,6 milhões de dólares.

As exportações dos restantes produtos (café, pescado, madeira, cimento, bebidas e outros), que representaram apenas 0,6 por cento do valor total, contraíram em 31,7 por cento, ao situar-se em 193,5 milhões de dólares.

A China manteve-se na liderança dos destinos da exportação de petróleo bruto angolano, com uma quota de cerca de 71,4 por cento, seguida da Índia e Tailândia com 7,1 por cento, enquanto os Emirados Árabes Unidos são os que mais importam diamantes angolanos (78,4 por cento do valor total).

O valor das importações de bens em 2021 cifrou-se em 11.794,8 milhões de dólares representando um incremento de 23,6 por cento face ao ano precedente, destacando-se o crescimento na categoria dos combustíveis.

Os principais parceiros comerciais de Angola em 2021, no que diz respeito à procedência das importações foram a China (14,7 por cento), Portugal (12,2 por cento), Índia (6,3 por cento), Togo (5,8 por cento) e Brasil (4,9 por cento), perfazendo 43,9 por cento do valor total das importações.

O 'stock' da dívida externa total situou-se em 65.910,6 milhões de dólares no período em análise, representando um aumento de cerca de 1.261,7 milhões de dólares.

Por sua vez, o 'stock' da dívida externa pública registou um ligeiro aumento ao atingir 51.261,3 milhões de dólares, destacando-se a China e a Grã-Bretanha como os principais países credores do endividamento público, com cerca de 68 por cento do valor total. As organizações internacionais ocupam a terceira posição com um peso de 8,8 por cento.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.