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Filipe Zau na UNESCO: a língua portuguesa está a “ganhar cada vez mais espaço”

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi comemorado esta Quinta-feira pela primeira vez na sede da UNESCO, em Paris, com um evento que reuniu manifestações culturais dos países lusófonos num "exemplo extraordinário" para a comunidade internacional.

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"Somos um exemplo extraordinário, somos uma comunidade no mundo inteiro e mostramos como é possível encontrar o caminho do diálogo, encontrar os caminhos da paz, da inclusão. É um exemplo que a comunidade de língua portuguesa oferece à comunidade internacional", disse Santiago Irazabal Mourão, embaixador do Brasil na UNESCO e atual presidente da Conferência Geral desta organização, em declarações à Agência Lusa.

Os países da CPLP reuniram-se no principal auditório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris, com o intuito de assinalar presencialmente, pela primeira vez, o Dia Mundial da Língua Portuguesa com diversas manifestações culturais desde a música até à literatura, passando pelos cinco continentes.

Para Filipe Zau, ministro da Cultura, presente nesta cerimónia, este é um evento que serve para chamar a atenção das organizações internacionais para a importância do português como língua de trabalho.

"A questão da língua portuguesa, como começa a ser valorizada, é um passo considerável para que as organizações internacionais comecem a adoptar esta língua que é extremamente representativa, não só na Europa, mas em África e na América Latina, assim como nas nossas diásporas", disse o governante.

Segundo o ministro da Cultura, a língua portuguesa está a "ganhar cada vez mais espaço", tendo já ultrapassado a "propriedade portuguesa" e pertencendo agora "a quem fala".

Foram os artistas que no fim de tarde se apropriaram da língua, com a cantora Assa Matusse, ida de Moçambique, o cantor Djanuno Dabo da Guiné Bissau, a soprano Té Macedo de Angola, ou a solista Lívia Nestrovski, brasileira, acompanhada pela Orquestra Filarmónica Portuguesa.

De Nova Iorque veio a certeza de António Guterres, secretário-geral da ONU, de que a língua portuguesa vai continuar a servir de fator de entendimento e aproximação, numa mensagem lida pela embaixadora de Portugal na UNESCO, Rosa Batoréu.

"A vitalidade e o carácter multicultural da língua portuguesa continuarão a projectá-la como factor de entendimento e de aproximação entre países, entre povos e entre pessoas", sublinhou António Guterres na sua mensagem.

Esta cerimónia homenageou ainda o centenário da morte de Lima Barreto, o centenário do nascimento de José Craveirinha, Agostinho Neto e José Saramago, com leitura de textos e poemas destes autores da língua portuguesa por parte de alunos de português em França


Em Paris para assistir a este evento, Maria Eugénia Neto, viúva do primeiro Presidente de Angola, lembrou como o percurso e a memória do seu marido representa os principais valores da UNESCO e da CPLP.
"Ele foi um grande poeta, um grande lutador pela liberdade e pela amizade entre os povos e é um bom represente da UNESCO. É uma das principais figuras do século XX. Ele podia ter feito a sua vida sem se preocupar com ninguém e sacrificou tudo pela independência de Angola, pela independência de África que era a luta dele", concluiu.

O Dia Mundial da Língua Portuguesa foi adoptado em Novembro de 2019 durante a 40.ª Conferência Geral da UNESCO, entrado assim nas agendas mundiais. A pandemia tinha impedido até agora as comemorações presenciais na sede desta organização internacional.

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