"Acredite, é muito importante para mim estar aqui hoje. É um dia especial para mim", disse a angolana sobre a conquista, quando o presidente da Câmara dos Deputados lhe passou a palavra.
"Venho de um país africano. Passei por dificuldades, vivi situações de urgência, de guerra. Sei perfeitamente o que se vive agora neste país, que é o desafio diante daquele inimigo que ninguém vê", indicou, citada pelo Plataforma.
Angelina Vunge viveu uma infância atribulada, marcada pela exploração laboral, violência doméstica e vários abusos sexuais.
Contudo, foi a guerra civil no país que levou a angolana a fugir de Angola. Chegou ao Uruguai sem documentos, sem saber falar a língua, sem emprego e sem dinheiro. Vinte anos depois, Angelina Vunge faz parte do parlamento daquele país.
Quando Uruguai conheceu um taxista, que se ofereceu para a ajudar com os documentos de residência e cidadania. Mais tarde acabaram por casar e tiveram dois filhos. Angelina aprendeu espanhol e começou a trabalhar com empregada num restaurante.
Um dia, em passeio com os filhos, junto do palácio legislativo, a angolana disse que um dia ainda ia trabalhar ali. Em Novembro de 2019, o sonho concretizou-se: Angelina Vunge foi eleita deputada substituta pelo governante do Partido Nacional, tendo assumido o cargo a 14 de Abril deste ano.