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Economia

Capital Economics: descida do preço das matérias-primas anula ganhos recentes de Angola

A consultora Capital Economics considerou esta Quarta-feira que os ganhos de que os países africanos exportadores de petróleo, como é o caso de Angola, beneficiaram nos últimos meses vão reverter-se, com o preço por barril a descer para 60 dólares.

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"Pensamos que a recente subida do preço das matérias-primas vai perder fôlego nos próximos meses, com os preços do petróleo a subirem um pouco, antes de descer dos 70 dólares no final deste ano para cerca de 60 dólares no final do próximo ano", escreveu a analista Virag Forizs.

Na nota de análise, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a analista afirma que, para além da descida dos preços do petróleo, os exportadores africanos de matérias-primas vão também ser penalizados com a quebra nos preços de produtos agrícolas, como o café os metais industriais, que deverão "registar a maior queda dos preços já no final deste ano e no próximo".

De acordo com as contas desta analista, a recuperação dos preços do petróleo desde o mínimo histórico de 19 dólares em Abril do ano passado beneficiou os maiores produtores, como Nigéria e Angola.

"As exportações dos principais produtores, como a Nigéria e Angola, valeu 2 e 13 por cento do PIB numa base anualizada, respectivamente, e a Zâmbia melhorou a balança de pagamentos com a forte subida do preço do cobre", apontou, acrescentando que a subida dos preços das matérias primas deverá ter sido também uma das razões para a valorização da moeda sul-africana.

O resultado, concluiu, "é que os termos comerciais da maioria das nações africanas vão piorar daqui em diante", colocando Zâmbia e Angola como os países com maior risco de enfrentar novos constrangimentos na balança de pagamentos.

"Os preços das matérias-primas vão passar de ventos favoráveis a ventos contrários nos próximos trimestres, e essa é outra razão pela qual esperamos uma fraca recuperação das economias da África subsaariana, a que se juntam os problemas da lenta distribuição de vacinas, pouco espaço orçamental e uma contínua redução do turismo", alerta a Capital Economics.

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