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Moeda nacional quebra período de ganhos e desvaloriza face ao dólar e euro

Entre Março e Abril, a moeda nacional desvalorizou seis por cento em relação ao euro e 3,2 por cento face ao dólar. Os números indicam que foi quebrado o período de ganhos e estabilização que o kwanza tinha vindo a registar desde o início do ano.

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Segundo contas feitas pelo Expansão, com base nas taxas de câmbio diárias publicadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA), a depreciação pode ser justificada pela queda das receitas fiscais com a exportação de petróleo. No primeiro trimestre deste ano, o Estado arrecadou 1,1 mil milhões de kwanzas, menos 265 mil milhões face ao mesmo período de 2020 (receitas foram de 1,4 mil milhões), representando uma quebra de 19 por cento nas receitas.

Contudo, nem tudo são más notícias: ao comparar a evolução da moeda nacional ao longo dos primeiros três meses do ano é possível concluir que o kwanza conseguiu valorizar ligeiramente face ao dólar e euro. A moeda nacional fechou os primeiros três meses de 2021 com uma apreciação de um por cento em relação à moeda americana e 1,4 por cento face à moeda europeia.

De acordo com uma análise de economistas e do presidente da Associação Angolana de Bancos (ABANC), citada pelo Expansão, a valorização da moeda nacional no primeiro trimestre de 2021 foi ajudada pela diminuição da procura, por parte das famílias e empresas, por moedas estrangeiras.

"Uma das razões que justifica a apreciação do kwanza é a liquidez em kwanza que está mais baixa. Há menos kwanzas no mercado", explicou Mário Nascimento, em declarações ao Expansão.

Por sua vez, o economista Alberto Vunge considerou que a evolução do preço do petróleo e a introdução da plataforma FXGO da Bloomberg, permitiram valorizar o kwanza.

Explicando que a plataforma FXGO permitiu libertar o mercado cambial, por possibilitar aos agentes interagir na plataforma e assim definir os preços para as moedas no mercado, o economista considerou que o BNA ainda continua "de forma oficiosa" a interferir no mercado cambial.

"O BNA continua a realizar leilões, com isto, ainda continua a influencia o mercado cambial", completou.

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