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Empresa turca que vai operar a mina de ferro de Cassinga está a reavaliar informação

O grupo turco Tosyali, contratado para a exploração de ferro na mina de Cassinga, província da Huíla, ainda está a reavaliar a informação existente sobre o projecto, que se encontra inactivo há cinco anos.

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A informação foi avançada à agência Lusa pelo administrador da Ferrangol, Henrique Kiaku, à margem do anúncio dos resultados do concurso público para a outorga de direitos mineiros para a prospeção e exploração de diamantes, ferro e fosfatos.

Henrique Kiaku referiu que o contrato de exploração foi assinado em Novembro do ano passado entre o Estado e o grupo turco, e nesta fase decorrem os trabalhos de gabinete.

“Estamos a fazer a ‘due diligence’ [diligência prévia] de toda a informação que a empresa passada deixou. Não obstante a covid-19, os técnicos contratados continuam a trabalhar nessa informação”, disse.

Segundo o responsável, “a operação para um projecto mineiro, antes, precisa de uma fase de construção, mas o que os investidores estão empenhados é, numa primeira fase, reavaliar a informação existente”.

“Lembramos que o projecto está parado desde 2014/15, é preciso olhar a informação existente. O lado positivo é que já começamos a reabilitar algumas infra-estruturas, algumas casas que poderão alojar os técnicos e vamos continuar a trabalhar, a preparar os estudos, para com base neles fazermos um cronograma claro de quando é que as operações se poderão iniciar”, referiu.

Questionado se a situação da actual pandemia de covid-19 está a afectar o projecto, o administrador da Ferrangol, concessionários para os recursos minerais metálicos, admitiu que “indirectamente” sim, “devido à impossibilidade das viagens, mas uma vez aberto o espaço aéreo poderá ser minimizado”.

O contrato de exploração do projecto integrado de extracção de ferro e siderurgia de Cassinga está localizado no município da Jamba, província da Huíla, a cerca de 350 quilómetros a oriente da cidade do Lubango, capital provincial.

O projecto integrado de Cassinga conta com as minas de Cassinga e Cateruca, apresentando um potencial de 15 milhões de toneladas de ferro para uma década de exploração, numa ordem anual de 1,5 milhões de toneladas.

Dados da Ferrangol indicam que, entre 1967 e 1975, o Caminho-de-Ferro de Moçâmedes transportou cerca de 40 milhões de toneladas de concentrado de ferro de Cassinga, numa média anual de cinco milhões de toneladas.

O pico da actividade foi registado entre 1974 e 1975, período em que a produção de ferro atingiu o recorde de 5,5 milhões de toneladas.

Na década de 1960, a extração de ferro ganhou peso, depois do petróleo e o diamante, na economia do país, tendo atingido o seu pico em 1974, para depois entrar em declínio em 1975, ano da independência de Angola.

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