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Artistas recebem cesta básica para reduzir carência por falta de actividade

Mais de cem artistas angolanos estão a beneficiar de cestas básicas para "atenuar a carência” que muitos enfrentam, agravada pela falta de actividades artístico-culturais canceladas devido ao estado de emergência para conter a covid-19, foi anunciado.

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Segundo Diogo Sebastião "Quintino", membro da comissão directiva da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), as cestas básicas começaram a ser distribuídas na Segunda-feira e, "apesar de insuficientes, vêm reduzir as dificuldades de muitos".

O processo conta com o apoio do governador da província de Luanda e da presidente da Comissão Administrativa da Cidade de Luanda (CACL) que se solidarizaram com os apelos da UNAC-SA para apoiar os artistas mais carenciados.

"Isso foi processado em função das dificuldades que estamos a viver, as actividades dos artistas são de aglomeração, fomos nós os primeiros a ser retirados da actividade e acredito que seremos os últimos a recomeçar", afirmou esta Quinta-feira, em declarações à Lusa.

Pelo menos 60 cestas básicas foram disponibilizadas à UNAC pelo governador de Luanda, Sérgio Luther Rescova, e 80 por cento dos bens foram já distribuídos aos artistas sobretudo residentes na capital.

Esta Quinta-feira, segundo "Quintino", conhecido guitarrista angolano, a presidente da CACL fará a entrega de mais 50 kits de bens alimentares à UNAC para o contínuo apoio aos artistas, que sem renda fixa "estão impossibilitados de trabalhar".

"A UNAC não está a ser selectiva e abrangemos todos os artistas que pagam ou não quotas e essa distribuição é feita após uma triagem e conhecemos mais ou menos a possibilidade de muitos", frisou.

Artistas e produtores culturais alertaram, em Abril, que têm "dificuldades em sobreviver" neste período de confinamento social e de actividades culturais canceladas, devido à pandemia da covid-19, defendendo apoios das autoridades e "aplicação urgente" dos direitos autorais.

Segundo o diretor executivo da Nova Energia, produtora de eventos artísticos e culturais, Yuri Simão, o momento continua a ser desafiante para todos os intervenientes do sector porque "é muito difícil sobreviver numa situação em que as empresas não trabalham".

"No nosso caso, tínhamos produções em andamento e tivemos de parar tudo com custos já embutidos", disse, em declarações à Lusa, admitindo a possibilidade de "migrar para as pequenas e médias empresas e daí absorver apoios do Estado".

Por sua vez, a cantora Selda Portelinha também considerou difícil a actual situação dos artistas, "principalmente das pessoas que vivem da arte", defendendo uma "busca urgente" de alternativas para colmatar a falta de rendimentos.

O membro da comissão directiva da UNAC afirmou que "apesar de dificuldades" que a nova direcção da instituição enfrenta, "com uma série de programas condicionados pela covid-19", o organismo de utilidade pública "continua a buscar apoios para acudir à classe".

"Agradecemos o apoio que recebemos, no entanto, reconhecemos que a carência, sobretudo em Luanda, é maior, e precisamos lançar apelos para que algumas entidades se solidarizem com os artistas", adiantou.

A UNAC exortou ainda as autoridades do país a definirem "políticas inclusivas" para acudir aos artistas nesta fase da pandemia, recordando que neste período as "dificuldades são generalizadas porque foram três prorrogações do estado de emergência".

"E isso mesmo começa a dificultar, daí o nosso apelo para o apoio dos artistas, sobretudo os mais carenciados", rematou.

 

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