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Operadores agro-alimentares querem travar concorrência desleal

Operadores económicos do comércio e distribuição de alimentos angolanos defenderam esta Sexta-feira a criação de "procedimentos mais eficazes" para os consumidores e a economia do país e "travar concorrência desleal e monopólios" no sector devido à covid-19.

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Os intervenientes do sector, que reconhecem dificuldades devido ao fraco poder de compra num momento especial devido à pandemia, os apoios do Estado ao sector "são necessários, mas precisam de procedimentos sólidos".

O Governo anunciou esta Sexta-feira que a linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) de 17,6 mil milhões de kwanzas para apoio às empresas devido à covid-19 tem 1964 candidaturas.

Segundo o presidente do conselho de administração da empresa de comercialização e distribuição moderna de alimentos, Raul Mateus, o modelo de pagamento dos produtos, no âmbito do crédito, "precisa ser mais bem aprofundado".

"A princípio, é reduzir custos e fazer com que os preços cheguem mais barato, evitar que haja monopólios e oligopólios porque dizia-se que já existia uma lista de fornecedores e como sabe o mercado funciona melhor quando há maior número de ofertas", disse, em declarações aos jornalistas.

Falando no final de um encontro de concertação com os agentes distribuidores agro-alimentares sobre a implementação das medidas de alívio económico, considerou que "os 20 por cento da produção agrícola formal devem também constar do universo dos fornecedores".

"Caso não constem da lista, uma vez que a restante percentagem corresponde ao mercado informal, terão dificuldades de vender", frisou.

A linha de crédito do BDA, com uma taxa de 9 por cento e maturidade de dois anos, carência de capital de 180 dias visa financiar a compra dos operadores do comércio e distribuição aos produtores nacionais de produtos como o milho, mandioca, trigo, arroz, açúcar, couve, batata, entre outros.

Para o empresário, os dois anos de maturidade são necessários, mas, observou, é necessário que o Governo "trabalhe um pouco mais com as associações no sentido de criarem procedimentos mais eficazes e mais vantajosos para os consumidores e para a economia que nesta altura está a inerte".

Por seu lado, o representante da Associação dos Comerciantes Industriais de Viana, em Luanda, Restinim Henriques, valorizou as medidas do Governo para atenuar o impacto da covid-19 no sector produtivo, alertando para o "combate da concorrência desleal".

"Tenho estado no mercado e sei que temos tido concorrência desleal, em que várias empresas utilizam os preços para matar outras empresas e é muito prejudicial à economia porque procura a existir no mercado monopólios", disse.

De acordo ainda com o empreendedor, deve haver cautelas nesse sentindo e referiu que acredita que "o executivo também está atento nesta questão para que as empresas não façam perder esses financiamentos".

O encontro foi promovido esta Sexta-feira em Luanda pelos ministérios da Economia e Planeamento, da Indústria e Comércio e da Agricultura e Pescas.

Angola conta com 36 casos confirmados da covid-19, nomeadamente 23 casos activos, 11 recuperados e dois óbitos.

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