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Defesa

Ministra do Ambiente: caça furtiva é a principal ameaça ao elefante em Angola

A ministra do Ambiente, Paula Francisco Coelho, denunciou, em Kasane, Botsuana, que a caça furtiva constitui a "principal ameaça" à sobrevivência dos elefantes em Angola, país onde "tomou já contornos de crime organizado internacional".

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Paula Francisco Coelho encontra-se em Kasane para participar na Cimeira do Elefante, que se realiza esta Terça-feira naquela cidade ecoturística tsuanesa, evento em que representa o Presidente João Lourenço.

Citada pela Angop, a ministra do Ambiente disse ser "difícil", para já, estimar o número da população de elefantes em Angola, sendo que no país convivem duas espécies, o elefante da floresta e o da savana, nas regiões Norte, Sul e leste.

Estimativas não oficiais indicam que, em Angola, a população de elefantes começou a crescer a partir de 2015, atingindo, na actualidade, pouco mais de três mil cabeças, contra as cerca 70 mil antes da década de 1970, então uma das maiores populações da África subsaariana.

"Devido ao processo de desminagem em curso, apenas foi possível fazer-se o levantamento em dois parques nacionais, o que não reflecte a população total de elefantes no país", afirmou Paula Francisco Coelho.

Quanto às políticas do Governo em relação à preservação da flora e da fauna, a ministra declarou que Angola, sob a coordenação do Ministério do Ambiente, está a actualizar os instrumentos jurídicos existentes.

Segundo Paula Francisco Coelho, a Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros já aprovou a Estratégia e o Plano de Acção Nacional para a Biodiversidade, legislação que visa delinear directrizes sobre o uso das plantas pelas comunidades locais, criar áreas de conservação e avaliar o estado das espécies da fauna selvagem.

Angola já ratificou diversas convenções internacionais, tais como a da Biodiversidade, Espécies Migratórias e Combate ao Comércio Ilegal das Espécies Ameaçadas de Extinção.

A governante acrescentou que o Ministério do Ambiente estabeleceu parcerias com instituições de investigação científica, a nível nacional e internacional, para fazer um levantamento das espécies da fauna e da flora em vias de extinção, a sua distribuição e a sua importância no domínio da ciência e da componente social.

Quanto ao caso particular da população de elefantes, existem programas de conservação desta espécie, tendo sido desenvolvidos a Estratégia e o Plano de Ação Nacional para os Elefantes, e, ainda, o Plano de Acção Nacional sobre o Marfim.

Paula Francisco Coelho, que é acompanhada na cimeira por responsáveis do departamento ministerial e pela embaixadora de Angola no Botsuana, Beatriz Morais, referiu que foi igualmente criada a Unidade de Combate aos Crimes Ambientais, constituída pelas instituições que zelam pelas questões de defesa, segurança e legalidade constitucional.

A Cimeira de Elefantes de Kasane tem como objectivo reunir chefes de Estado e de governo, ministros e organismos de integração regional do Projecto de Conservação das Áreas Transfronteiriças do Okavango-Zambeze, de que Angola faz parte.

De uma forma geral, a população de elefantes africanos diminuiu 20 por cento de 2006 a 2015 devido à procura acentuada de marfim, anunciou a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Esta organização de defesa da vida selvagem referiu que foi possível contar com precisão 415 mil elefantes em África em áreas onde foram realizadas extensas pesquisas e onde, em 2006, havia mais de 500 mil elefantes.

Em algumas áreas do continente africano, como o Sudão do Sul, Libéria e a República Centro-Africana, nenhum estudo sistemático foi realizado, sendo, por isso, difícil analisar a evolução das populações de elefantes.

De acordo com a UICN, no Censo do Grande Elefante, a população da espécie em África sofreu uma assustadora queda de 30 por cento em apenas sete anos, de 2007 a 2014, e continua a cair a uma taxa anual de 8 por cento.

O Botsuana, com 130 mil espécimes, tem o maior número de elefantes do continente africano, reunindo cerca de 37 por cento da população ameaçada de paquidermes de África.

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