Estão previstas reuniões com deputados, entidades patronais e sindicalistas angolanos, bem como a inauguração, na província da Lunda Sul, no âmbito da visita do dirigente da OIT, de um centro integrado de emprego e formação profissional.
A OIT é uma das agências especializadas da Organização das Nações Unidas (ONU) e esta visita foi preparada pelo Governo angolano, nos últimos dias, com representantes sindicais e o patronato. A visita de Guy Ryder acontece numa altura em que os sindicatos angolanos pedem medidas ao Governo para melhorar o poder de compra dos trabalhadores, tendo em conta a forte desvalorização da moeda nacional e a subida do custo de vida, problemas relacionados com a queda abrupta da cotação internacional do barril de petróleo.
"Há uma desvalorização do kwanza e como os operadores económicos indexam os preços ao dólar, estamos a constatar uma alta de preços (...) e como os rendimentos não estão indexados então estão a comprar menos", disse à Lusa, a 1 de Maio, o secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Angola - Confederação Sindical (UNTA-CS).
Manuel Viage lembrou que o Governo já anunciou que para o sector público não vai fazer qualquer ajustamento de salários, tendo em conta a necessidade de cortar na despesa, daí a preocupação com o actual momento.
Outra pretensão do movimento sindical prende-se com o funcionamento dos órgãos da administração da Justiça laboral, face à demora na resolução de conflitos que transitam em julgado. "Parece-me que é estratégia da inspecção-geral do trabalho fazer pedagogia e não punir os infractores e cada dia que passa o volume de infracções à legislação laboral vai-se avolumando, isso também nos deixa preocupados", sublinhou Manuel Viage.