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Bela: cerveja produzida por chineses em Luanda já está à venda

A marca de cerveja "Bela", produzida numa fábrica chinesa instalada em Luanda, começou a ser vendida nos últimos dias nos hipermercados angolanos, aumentando a produção nacional antes da entrada em vigor do regime de quotas à importação.

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A fábrica Lowenda Brewery Company, promovida pela China Investment Fund (CIF), começou oficialmente a funcionar a 09 de Outubro de 2014, durante uma visita do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, tendo capacidade para produzir um milhão de hectolitros de cerveja por ano.

Garantindo emprego a 250 angolanos e 170 estrangeiros, nos arredores de Luanda, a fábrica resultou de um investimento chinês na ordem dos 180 milhões de dólares, de acordo com o director-geral da unidade, citado pela agência de notícias chinesa Xinhua, pretende produzir "a melhor cerveja", não só de Angola, como também de África.

Buhe Bater explicou que os equipamentos da fábrica foram importados da Alemanha, enquanto o malte e outras matérias-primas necessárias à produção da cerveja são provenientes da República Checa e da Austrália.

A chegada ao mercado da cerveja produzida pelo grupo chinês acontece numa altura em que os industriais de bebidas que operam em Angola dizem ter a garantia de que a introdução de quotas à importação destes produtos vai mesmo avançar.

Em declarações à Lusa a 23 de Abril, o porta-voz da Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA), Joaquim Tandala, admitiu que apesar do atraso na aplicação destas quotas, prevista para Março passado, a garantia recebida do Governo é aplicação das novas regras nos próximos meses.

"Temos uma garantia, sim. Prevê-se a entrada em vigor (do regime de quotas à importação de bebidas) no segundo semestre, mas já vai tarde. Nunca houve uma quota de importação neste caso em concreto, é uma coisa nova, e há também um cuidado do executivo para não atentar contra a concorrência desleal", disse Tandala.

A importação de bebidas, segundo dados do executivo angolano, cifra-se anualmente em cerca de 400 milhões de dólares mais de metade proveniente de exportações de empresas portuguesas, nomeadamente cerveja.

Contudo, tendo em conta a capacidade instalada das fábricas que operam no nosso país, que não estará a ser utilizada, e como forma de dinamizar a produção local, o Governo  instituiu um sistema de quotas à importação de bebidas a partir de Março.

"Ainda não entrou em vigor. O que nós sabemos é que há mecanismos que o executivo está agora a tentar implementar para assegurar que não haja desigualdades, porque isto pressupõe definir critérios que se vão aplicar a uma série de comerciantes", disse o representante da AIBA, associação criada em Janeiro e que representa 22 empresas do sector instaladas em Angola.

O Governo angolano fixou para este ano uma quota geral de importação em termos de águas (150.000 hectolitros), refrigerantes (200.000), cervejas (400.000) e sumos (200.000), medida que tem vindo a merecer a preocupação das empresas portuguesas de bebidas, sobretudo as cervejeiras.

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