Ver Angola

Economia

FMI: dívida pública desce para menos de 60 por cento do PIB este ano

A dívida pública de Angola deverá descer de 86,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), no ano passado, para 59,7 por cento este ano, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgadas esta Quarta-feira.

:

No relatório 'Fiscal Monitor', divulgado no âmbito dos Encontros da Primavera, que decorrem esta semana em Washington, Angola deverá manter a trajectória de descida da dívida pública que iniciou no ano passado, depois de em 2020 ter atingido o recorde de 136,8 por cento do PIB.

O relatório, que apresenta apenas os quadros com os valores, sem explicações, prevê que no próximo ano as autoridades de Angola consigam manter a trajectória de redução da dívida pública em função do PIB, que passará de 57,9 por cento, este ano, para 54,6 por cento em 2023 e continuará a reduzir-se até chegar a 36,1 por cento, em 2027, o último ano de previsões do Fundo.

Na terça-feira, noutro relatório divulgado no âmbito dos Encontros da Primavera, que decorrem em conjunto com o Banco Mundial até ao final da semana a partir de Washington, o FMI já tinha avançado a previsão de crescimento económico para Angola, que deverá registar uma expansão de 3 por cento este ano e 3,3 por cento em 2023.

O FMI melhorou na Terça-feira ligeiramente a previsão de crescimento económico para a África subsaariana em 0,1 pontos percentuais, para 3,8 por cento, mantendo a estimativa de 4 por cento para 2023, face às previsões de Janeiro.

De acordo com as Previsões Económicas Mundiais, as economias da região vão crescer 3,8 por cento este ano, registando-se uma expansão de 3 por cento em Angola e de 6,1 por cento na Guiné Equatorial, que assim interrompe vários anos de recessão, embora deva voltar a um crescimento negativo no próximo ano.

Segundo o documento, a Nigéria, a maior economia da região, deverá registar uma expansão económica de 3,4 por cento e de 3,1 por cento neste e no próximo ano, o que representa uma melhoria de 0,7 e 0,4 pontos percentuais, respectivamente, face à actualização de Janeiro das Previsões Económicas Mundiais divulgadas em Outubro do ano passado.

"Na África subsaariana, os preços mais altos dos alimentos vão prejudicar o poder de compra dos consumidores, principalmente entre as famílias com menores rendimentos, o que vai influenciar negativamente a procura interna; a agitação social e política, principalmente na África Ocidental, também influencia a perspectiva de evolução" das economias da região, lê-se no relatório divulgado.

Ainda assim, a subida dos preços do petróleo, que tem estado acima dos 100 dólares, é um ponto positivo para os principais exportadores de petróleo na região, como a Nigéria e os lusófonos Angola e Guiné Equatorial, que, no conjunto deverão crescer 3,4 e 3,1 por cento em 2022 e 2023.

O relatório divulgado não apresenta as previsões para todas as economias africanas, cuja análise regional só ficará disponível na próxima semana, quando for divulgado o relatório sobre as Previsões Económicas para a África subsaariana.

O FMI reviu também na terça-feira em baixa as previsões para o crescimento económico mundial este ano em 0,8 pontos percentuais (pp), para 3,6 por cento, devido sobretudo ao impacto da guerra na Ucrânia, segundo as Previsões Económicas Mundiais.

De acordo com a actualização das projecções económicas mundiais, a instituição liderada por Kristalina Georgieva vê a economia mundial a crescer 3,6 por cento este ano e em 2023, um corte de 0,8 pp e de 0,2 pp, respectivamente, em comparação com as previsões de Janeiro.

A desaceleração do crescimento face aos 6,1 por cento em 2021 assume que o conflito na Ucrânia permanece confinado ao país, que as novas sanções à Rússia não abrangem o sector de energia e os impactos económicos e de saúde da pandemia diminuem ao longo de 2022.

"A guerra na Ucrânia desencadeou uma crise humanitária dispendiosa que, sem uma solução rápida e pacífica, pode tornar-se esmagadora. O crescimento global deverá desacelerar significativamente em 2022, em grande parte como uma consequência da guerra", assinala a instituição de Bretton Woods.

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.