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AICEP: segundo programa do FMI a Angola é “sinal de esperança” para empresas portuguesas

O delegado da AICEP Portugal Global em Luanda disse esta Quarta-feira que o facto de Angola estar a negociar um segundo pacote de assistência financeira com o FMI é "um sinal de esperança" para as empresas portuguesas.

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"Angola negociou um pacto de ajuda financeira com o FMI, que cumpriu à risca, completamente, de tal maneira que estão a pré-negociar um segundo pacote, e digo pré-negociar porque como há eleições em Agosto, até lá o esforço do executivo angolano não é um pacote financeiro que vai obrigar a algumas dificuldades, como o preço dos combustíveis, que é um tema em cima da mesa com o FMI", disse o delegado da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) em Luanda.

Na intervenção inicial do webinar sobre "Angola: uma nova abordagem", organizada pela AEP - Associação Empresarial de Portugal, AICEP e KPMG Portugal, Miguel Fontoura acrescentou: "Quando assinarem o pacote [de ajuda financeira], esse tema estará em cima da mesa e mais, terão de reduzir a subsidiação dos combustíveis, e portanto, compreensivelmente, não o querem fazer antes das eleições".

Segundo disse Miguel Fontoura aos empresários, "a questão não é o quando, é se, e vão fazê-lo, e isso é um sinal muito saudável de que o Fundo Monetário Internacional [FMI] acredita na solvabilidade e na viabilidade da economia angolana".

Na intervenção, o responsável apontou a importância de Angola para as exportações nacionais, salientando que já foi o quinto maior destino das exportações portuguesas e o primeiro extracomunitário, e que embora tendo perdido valor devido à recessão dos últimos anos, continua a ser um mercado importante, ocupando a nona posição entre os clientes de Portugal.

"Exportamos mais do dobro para Angola do que para a Escandinávia, Angola é o nono país destino das exportações, e para nós é um desiderato estratégico, onde as empresas que chegam e as que estão no mercado consideram-na estratégica", disse Miguel Fontoura.

As mais de 1200 empresas portuguesas em Angola "reduziram o quadro de expatriados, mas não saíram do mercado e não deixaram de acreditar no mercado", salientou.

Comentando a evolução económica de Angola, o responsável disse que o país "virou a página" já no ano passado, quando cresceu 0,7 por cento, e considerou que esse crescimento económico, o primeiro desde 2016, ainda não é suficiente, mas já é um bom indicador.

"Angola cresceu 0,7 por cento em 2021 e deverá crescer mais de 2 por cento este ano, ainda não é o crescimento que Angola necessita, mas é crescimento depois de cinco anos de recessão, e isto é extremamente importante", assinalou.

Na intervenção, Miguel Fontoura salientou ainda que o elevado preço do barril, acima de 100 dólares, vai originar um excedente orçamental face aos 35 dólares previstos no Orçamento de Angola para este ano, "e isto é uma excelente notícia para a recapitalização das empresas públicas e para dar folga financeira ao Governo", que pode ser positiva para as empresas portuguesas que têm empresas públicas angolanas como suas clientes.

Existe, concluiu, "uma confiança moderada das empresas portuguesas na economia de Angola nos próximos anos", recomendando aos empresários que apostem noutros sectores da economia: "A ênfase do crescimento é não só na indústria extractiva, mas também na diversificação económica, um esforço que Angola está a levar muito a sério".

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