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Líder da FNLA anuncia recandidatura a terceiro mandato de “transição”

O líder da Frente Nacional para Libertação de Angola (FNLA), um dos três partidos históricos do país, anunciou esta Quinta-feira a sua recandidatura, para o que chamou de uma “liderança de transição” até 2022.

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Em conferência de imprensa, Lucas Ngonda, de 81 anos, na liderança do partido desde 2010, disse que, em 2022, será realizado um congresso extraordinário, para se eleger o cabeça de lista e candidatos a deputados nas eleições gerais do mesmo ano.

A FNLA, um dos três movimentos da luta pela independência de Angola, vai realizar o seu V congresso ordinário entre 16 e 19 de Junho, concorrendo igualmente para a liderança do partido Joveth de Sousa, Fernando Pedro Gomes, Tristão Ernesto e Laiz Eduardo.

Lucas Ngonda sublinhou que o partido vem enfrentando uma crise interna após a morte do líder fundador, Holden Roberto, em 2007, sendo infrutíferos todos os esforços realizados para a reconciliação entre os militantes.

"O grande problema que o partido enfrenta está relacionado com questões sociais, derivadas da pouca assistência que os seus militantes recebem das autoridades de direito. A esta questão junta-se a não priorização da unidade do partido, em detrimento dos interesses pessoais", explicou Lucas Ngonda, citado pela Angop.

Segundo o líder contestado, "ao longo de todas as discussões efectuadas, nestes últimos anos, o problema da unidade da FNLA não foi tratado como problema fundamental, mas foi relegado para um plano secundário".

Lucas Ngonda, duramente criticado por militantes do partido, que lhe atribuem o fraco desempenho da força política nos últimos anos, foi confirmado pelo Tribunal Constitucional, em 2011 como presidente da FNLA, com base nos resultados de um congresso realizado em 2004, no qual foi eleito primeiro vice-presidente do partido.

Nas várias eleições gerais em que o partido tem participado, os resultados vão baixando, tendo, em 1992 cinco deputados, em 2008 três, em 2012 dois, e em 2017 apenas um assento, representado por Lucas Ngonda.

Em 2018, mais de três centenas de militantes do partido realizaram por mais de uma semana uma vigília, pedindo que Lucas Ngonda abandonasse a liderança da FNLA, mas o diálogo entre as partes não teve sucesso.

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