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Legalização de terras e produção de viveiros travam fomento do café no país

O presidente da Associação Nacional do Café, Cacau e Palmar de Angola disse esta Terça-feira que “existe uma incógnita” quanto ao aumento da produção, considerando a legalização de terras e a produção de viveiros como as “principais barreiras”.

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João Ferreira, que falava esta Terça-feira em Luanda, considerou que o principal ponto dos operadores do ramo é o "fomento da produção do café que passa obrigatoriamente pela reorganização do sector cafeícola e concretamente a produção de viveiros".

"Se não pudermos produzir mudas ou viveiros não podemos falar em produção do café, por isso é que ainda hoje estamos a dar passos muito lentos por causa disso, portanto não há uma definição concreta de que é necessário produzir", afirmou o responsável.

O responsável, que falava esta Terça-feira no final da conferência de imprensa de apresentação do II Congresso da Produção e do Sector Privado, defendeu também a "reestruturação do Instituto do Café de Angola (ICA) que está completamente inoperante".

O ICA "tem muitas dificuldades de quadros, há 10 anos que não renova os seus quadros, falo isso porque sou quadro do café desde 1966 e tenho alguma propriedade para falar sobre isso", notou o empresário João Ferreira.

Angola, que já foi o terceiro maior produtor mundial do café e que já produziu 240 mil toneladas de café/ano, exporta actualmente em média cerca de 1100 toneladas de café/ano.

"É uma gota no oceano em relação ao que o país deve e pode produzir", lamentou o líder associativo, apontando igualmente a legalização de terras para os operadores como "um problema muito sério".

João Ferreira fala mesmo em "questões desencontradas" entre a pretensão do Ministério da Economia e Planeamento em criar condições para legalizar as terras dos produtores a nível local e a "lentidão dos governos provinciais" nos processos.

"Infelizmente, há essa lentidão da parte dos governos provinciais, temos vários exemplos pelo país e este é um dos maiores problemas", assinalou.

O dirigente criticou as taxas de produção elevadas, "porque há muitas fazendas abandonadas".

Um quilograma de café comercial em Angola custa 350 kwanzas, segundo o responsável.

O II Congresso da Produção e do Sector Privado, agendado entre 4 e 6 de Novembro próximo, em Luanda, é uma promoção da Confederação Empresarial de Angola (CEA) à qual a Associação Nacional do Café, Cacau e Palmar de Angola é afiliada.

O certame prevê também, como actividades complementares e preparatórias, um "Encontro Nacional dos Cafeicultores de Angola".

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