Os agentes económicos, sobretudo bancos, precisam de pensar cada vez mais digital para acelerar o processo de digitalização dos meios de pagamento no país, especialmente num momento em que se apela à observância das medidas de prevenção à Covid-19. A expectativa é a de que se criem as condições para o pleno funcionamento do e-commerce em Angola, suportado por uma solução local.
O momento é também oportuno para formalizar o mercado informal e bancarizar diversos agentes económicos que operam fora do sistema financeiro. Se considerarmos que o dinheiro físico é também um meio de transmissão de vários males, podemos, da mesma forma, afirmar que é pouco funcional diante da revolução tecnológica e do momento difícil que se vive hoje.
O facto de os pagamentos online estarem em fase embrionária em Angola condiciona o desenvolvimento dos negócios digitais. A minha critica é também o facto de muitos agentes económicos se verem impedidos de realizar determinadas transacções por não estarem domiciliados em bancos específicos, pois nem todas as instituições bancárias têm soluções de pagamento online de serviços.
Essa limitação não dinamiza absolutamente nada a economia e, pelo contrário, os usuários acabam dependentes destas instituições. Então sugiro que as ferramentas de pagamento sejam de utilidade nacional e online, ou seja, abertas para clientes indefinidos, podendo funcionar como um cartão de crédito pré-pago, que permite efectuar os pagamentos online. Mas devo também frisar que o recente serviço da EMIS o MulticaixaExpress é um bom substituto das Caixas Automáticas por permitir realizar 90% das operações dos ATMs. Só não é possível ter dinheiro directamente do telemóvel.
Após proliferação da Covid-19, os Estados, empresas e famílias viram-se obrigados a tornar a sua vida mais eficiente, optando pela maior optimização dos meios com que realizam as mais diversas tarefas do dia-a-dia, daí o sucesso de iniciativas de startups e empresas que se querem ver transformadas. Acredito que devido à esse problema que assola todo o mundo, o Coronavírus, os níveis de transacções digitais venham a crescer.
Com o confinamento social, a demanda por serviços e produtos via digital regista um número considerável e têm surgido mais meios e mais iniciativas a concretizarem-se para diversificar as vendas de serviços e produtos e, consequentemente, as soluções de pagamento. Hoje, as aulas online em tempo real por exemplo, com especial destaque dada à PetroShore, são uma realidade que permitem aos cidadãos terem uma vida próxima ao modelo normal.
Mas há toda uma necessidade de serem mitigados os potenciais riscos que as compras e vendas online apresentam devido, sobretudo, à sensibilidade dos serviços financeiros. De realçar que a PetroShore, no mês de Abril, levou a cabo acções formativas gratuitas que visavam instruir os internautas a se manterem seguros na Internet.
A respeito da hipótese das novas soluções bancárias de pagamento e transferências monetárias poderem dinamizar o mercado digital, os serviços ainda não têm um grande impacto nos negócios de muitos agentes económicos por ainda se registar resitência no uso de soluções de pagamentos, mas acredito que o ambiente actual possa mudar o quadro rapidamente.
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Valdemar Vieira Dias Partilhando o meu juízo