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Covid-19: “Pensar digital” é incontornável com o distanciamento social

Michel Pedro

Gestor

A transformação digital da banca permite uma maior mobilidade nas operações, a automatização dos fluxos transaccionais, maior eficiência nos processos e maior capacidade transaccional. Em Angola, porém, as ferramentas e meios de pagamento digital ainda não satisfazem as expectativas dos agentes económicos. Em tempo da Covid-19, é imperativo que se mude o quadro no nosso país.

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Os agentes económicos, sobretudo bancos, precisam de pensar cada vez mais digital para acele­rar o processo de digitalização dos meios de pagamento no país, especialmente num momento em que se apela à observância das medidas de prevenção à Covid-19. A expectativa é a de que se criem as condições para o pleno funcionamento do e-commerce em Angola, suportado por uma solução local.

O momento é também oportuno para formalizar o mercado informal e bancarizar diversos agentes económicos que operam fora do sistema financeiro. Se considerarmos que o dinheiro físico é também um meio de transmissão de vários males, podemos, da mesma forma, afirmar que é pouco funcional diante da revolução tecnológica e do momento difícil que se vive hoje.

O fac­to de os pagamentos online estarem em fase embrionária em Angola condiciona o desenvolvimento dos negócios digitais. A minha critica é também o facto de muitos agentes económicos se verem impedidos de rea­lizar determinadas transacções por não estarem domiciliados em bancos especí­ficos, pois nem todas as instituições ban­cárias têm soluções de pagamento online de serviços.

Essa limitação não dinamiza absolutamente nada a eco­nomia e, pelo contrário, os usuários aca­bam dependentes destas instituições. Então sugiro que as ferramentas de pagamento sejam de utilidade nacio­nal e online, ou seja, abertas para clientes indefinidos, podendo funcionar como um cartão de crédito pré-pago, que permite efectuar os pagamentos online. Mas devo também frisar que o recente serviço da EMIS o MulticaixaExpress é um bom substituto das Caixas Automáticas por permitir realizar 90% das operações dos ATMs. Só não é possível ter dinheiro directamente do telemóvel.

Após proliferação da Covid-19, os Estados, empresas e famílias viram-se obrigados a tornar a sua vida mais eficiente, optando pela maior optimização dos meios com que realizam as mais diversas tarefas do dia-a-dia, daí o sucesso de iniciativas de startups e empresas que se querem ver transformadas. Acredito que devido à esse problema que assola todo o mundo, o Coronavírus, os níveis de transacções digitais venham a cres­cer.

Com o confinamento social, a demanda por serviços e produtos via digital regista um número considerável e têm surgido mais meios e mais iniciativas a concretizarem-se para diversificar as vendas de serviços e produtos e, consequentemente, as soluções de pagamento. Hoje, as aulas online em tempo real por exemplo, com especial destaque dada à PetroShore, são uma realidade que permitem aos cidadãos terem uma vida próxima ao modelo normal.

Mas há toda uma neces­sidade de serem mitigados os potenciais riscos que as compras e vendas online apresentam devido, sobretudo, à sensibi­lidade dos serviços financeiros. De realçar que a PetroShore, no mês de Abril, levou a cabo acções formativas gratuitas que visavam instruir os internautas a se manterem seguros na Internet.

A respeito da hipótese das novas soluções bancárias de pagamento e transferên­cias monetárias poderem dinamizar o mercado digital, os serviços ainda não têm um grande impacto nos negócios de muitos agentes económicos por ainda se registar resitência no uso de soluções de pagamentos, mas acredito que o ambiente actual possa mudar o quadro rapidamente.

Opinião de
Michel Pedro

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